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Brasil ainda enfrenta problemas de respiradores e busca aproximação com China

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva sobre as medidas do governo para o combate do novo coronavírus no Brasil - EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva sobre as medidas do governo para o combate do novo coronavírus no Brasil Imagem: EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

07/04/2020 18h02

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a afirmar nesta terça-feira que o governo tem encontrado dificuldades no mercado externo para comprar equipamentos e insumos hospitalares para abastecer estoques de hospitais brasileiros em meio à pandemia do Covid-19, e disse que pediu ajuda da embaixada chinesa para concretizar negociações com empresas do país.

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Mandetta detalhou iniciativas que o governo tem tomado para estreitar a relação com a China, país que é o principal fornecedor mundial desses equipamentos e que foi o primeiro epicentro do novo coronavírus.

O ministro da Saúde disse que ainda nesta terça teria uma teleconferência "muito importante" com a China a fim de trazer 40 milhões de máscaras adquiridas daquele país. Ele disse que as negociações que estão sendo feitas vão garantir um abastecimento "razoável".

"Continuamos com dificuldade no mercado chinês para garantir essas compras", disse Mandetta, acrescentando que também está buscando recorrer a fornecedores internos.

Mandetta ressaltou que o governo tem encontrado "problemas sérios" em relação aos respiradores, uma vez que ainda não está confirmada compra de equipamentos feita no exterior.

O ministro disse que conversou mais cedo por telefone com o embaixador chinês no Brasil, Wanming Yang, para buscar apoio sempre que o Brasil fechar compras de equipamentos no país asiático. 

Mandetta afirmou que o governo, em cada contrato que está para ser fechado com fornecedores chineses, buscará contar com o apoio da embaixada da China. Ele destacou que esse esforço comum dos dois países neste momento visa garantir que os equipamentos cheguem ao Brasil.

Na semana passada, o ministro reclamou que compras feitas pelo Brasil estavam sendo atravessadas pelos Estados Unidos, que inclusive teriam enviado aviões militares para buscar equipamentos no país asiático. Nesta terça-feira, o embaixador dos EUA em Brasília, Todd Chapman, negou que o país tenha comprado material destinado ao Brasil. [nL1N2BV12H]

Antes da entrevista de Mandetta, a embaixada da China no Brasil havia publicado em seu Twitter informação sobre a conversa de ambos, dizendo que trocaram opiniões sobre o fortalecimento da cooperação entre os dois países no combate ao novo coronavírus.

Em outra postagem, a embaixada disse que médicos especialistas e a equipe do Hospital Huoshenshan, que combateram o Covid-19 na linha de frente em Wuhan, conversaram com representantes do Ministério da Saúde sobre experiências e informações de prevenção de epidemias.

As duas publicações, com a hashtag "ChinaBrasilJuntos", foram postadas um dia após um incidente diplomático envolvendo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e a China.

A embaixada da China em Brasília divulgou nota em sua conta no Twitter em que afirmou repudiar e classificou de “racista” publicação feita por Weintraub, na qual ele ridicularizou o sotaque de chineses falando português.

O ministro, contudo, rebateu a acusação e disse que só pedirá desculpas se a China enviar ao Brasil respiradores a preço de custo.

A China é o maior parceiro comercial no Brasil e no momento o Ministério da Saúde e Estados buscam comprar insumos médicos, como equipamentos de proteção individual e respiradores, daquele país para ajudar no combate ao coronavírus. A China é a maior fornecedora desses insumos no mundo.

(Por Ricardo Brito)