Mortes de pretos e pardos crescem mais que de brancos durante pandemia, mostram dados de cartórios
Pessoas que se declaram pretas ou pardas estão morrendo mais de causas naturais do que as brancas durante a pandemia de covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, no Brasil, de acordo com dados de cartórios divulgados nesta segunda-feira.
Segundo os números da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), que reúne os registros de óbitos feitos pelos cartórios do país, o número geral de mortes por causas naturais entre 16 de março e 30 de junho subiu 13% na comparação com o mesmo período de 2019.
Entre pessoas que se declaram pretas, por sua vez, o número subiu 31,1% no mesmo período, e entre os autodeclarados pardos a elevação foi de 31,4%. Entre os brancos, o aumento no número de mortes naturais foi de 9,3%, de acordo com comunicado da Arpen-Brasil.
Mortes naturais são todas aquelas que não são causadas por violência, como assassinato, acidentes de trânsito ou outros tipos de acidentes.
Segundo os dados dos cartórios, quando se analisam as mortes confirmadas por Covid-19, 44,4% são brancos, 38,4% pardas e 8,2% pretos.
As mortes por outras doenças respiratórias — insuficiência respiratória, pneumonia, septicemia e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) — aumentaram 34,5%, de acordo com os cartórios. Entre os pardos, as mortes por essas doenças aumentou 72,8%, entre pretos elevou-se 70,2% e entre os brancos o aumento foi de 24,5%.
Estudo feito em maio pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde da PUC-Rio com base em uma análise de quase 30 mil internações por covid-19 apontou que as chances de um paciente preto ou pardo e analfabeto morrer em decorrência do novo coronavírus no Brasil são 3,8 vezes maiores do que de um paciente branco e com nível superior.
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