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Sinovac defende CoronaVac após dados de eficácia no Brasil

Vacinas conta a covid-19 produzidas pela Sinovac são armazenadas em refrigerador - Divulgação
Vacinas conta a covid-19 produzidas pela Sinovac são armazenadas em refrigerador Imagem: Divulgação

13/01/2021 09h50Atualizada em 13/01/2021 10h36

KUALA LUMPUR/CINGAPURA (Reuters) - A chinesa Sinovac Biotech defendeu a segurança e a eficácia de sua vacina experimental contra Covid-19, nesta quarta-feira, depois que pesquisadores no Brasil divulgaram dados clínicos em estágio final mostrando eficácia muito menor do que inicialmente anunciado.

A vacina foi 50,4% eficaz na prevenção de infecções sintomáticas no estudo brasileiro, incluindo dados sobre casos "muito leves", disseram os pesquisadores do Instituto Butantan na terça-feira.

Na semana passada, eles afirmaram que a vacina, chamada CoronaVac, mostrou eficácia de 78% contra casos "leves" e 100% de eficácia contra casos "moderados" e "graves".

A notícia levou Malásia e Cingapura, que têm acordos de compra com a Sinovac, a afirmar na quarta-feira que buscariam mais dados da empresa chinesa sobre as taxas de eficácia antes de aprovarem e comprarem suprimentos.

"Os resultados dos testes clínicos de Fase 3 são suficientes para provar que a segurança e eficácia da vacina CoronaVac são boas em todo o mundo", disse o presidente da Sinovac Biotech, Yin Weidong, em entrevista coletiva.

Diferentes países usaram vacinas do mesmo lote em seus estudos, mas os países não têm protocolos de teste idênticos, disse ele.

Divulgações parciais dos testes da Sinovac, bem como de estudos de outras vacinas chinesas, têm levantado preocupações de que não estão sujeitas ao mesmo escrutínio público que as alternativas norte-americanas e europeias.

Os dados do Brasil foram divulgados no momento em que a Indonésia lançou sua campanha de vacinação, com o presidente Joko Widodo sendo o primeiro a ser vacinado com a CoronaVac.

A Malásia informou nesta quarta-feira que só seguirá em frente com a compra se a vacina cumprir os padrões de segurança e eficácia dos reguladores locais.

Na terça-feira, a Pharmaniaga Bhd, da Malásia, assinou um acordo com a Sinovac para comprar 14 milhões de doses da CoronaVac e, posteriormente, fabricá-la no mercado interno.

Cingapura, o único país de alta renda com o qual a Sinovac fechou acordo, disse que vai analisar os dados oficiais quando a Sinovac os divulgar, em vez de depender da eficácia relatada até agora, para então decidir se irá aprovar a vacina.

A Tailândia, que encomendou 2 milhões de doses da CoronaVac, afirmou que ainda está a caminho de receber e aplicar a vacina a partir do próximo mês, mas acrescentou que pedirá informações diretamente à Sinovac.

(Reportagem de Joseph Sipalan em Kuala Lumpur, Chayut Setboonsarng e Panarat Thepgumpanat em Bangkok, Stanley Widianto em Jacarta, Roxanne Liu e Yew Lun Tian em Pequim, Chen Lin em Cingapura)