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EUA não revogarão restrições de viagens e citam variante Delta, diz autoridade

Estados Unidos não revogarão nenhuma restrição de viagem atualmente em vigor "neste momento" devido a preocupações com a altamente contagiosa variante Delta do coronavírus - Hannah Beier/Reuters
Estados Unidos não revogarão nenhuma restrição de viagem atualmente em vigor "neste momento" devido a preocupações com a altamente contagiosa variante Delta do coronavírus Imagem: Hannah Beier/Reuters

David Shepardson

26/07/2021 10h27Atualizada em 26/07/2021 10h53

Os Estados Unidos não revogarão nenhuma restrição de viagem atualmente em vigor "neste momento" devido a preocupações com a altamente contagiosa variante Delta do coronavírus e ao aumento do número de casos de Covid-19 no país, disse uma autoridade da Casa Branca à Reuters.

A decisão, tomada após uma reunião de alto escalão da Casa Branca na sexta, significa que as restrições a viagens que vigoram há tempos no país e que barraram a maior parte da população mundial de entrar nos EUA desde 2020 não serão revogadas no curto prazo.

"Dado que estamos hoje com a variante Delta, os Estados Unidos manterão as restrições de viagens existentes neste momento", disse a autoridade à Reuters, citando a variante Delta dentro e fora dos EUA.

"Impulsionados pela variante Delta, os casos estão aumentando aqui, particularmente entre aqueles não vacinados e parece que continuarão a crescer nas próximas semanas."

O anúncio certamente condena quaisquer tentativas das companhias aéreas norte-americanas e do setor de turismo do país de salvar a temporada de viagens de verão dos europeus e de outros atingidos pelas restrições. As companhias aéreas têm feito lobby há meses junto à Casa Branca pela revogação das restrições.

Os EUA atualmente proíbem a entrada de praticamente todos os que não são cidadãos norte-americanos e que nos 14 dias anteriores estiveram no Reino Unido, nos 26 países europeus que compõem o espaço Schengen, além de Irlanda, China, Índia, África do Sul, Irã e Brasil.

As restrições de viagem foram impostas pelos EUA pela primeira vez contra a China em janeiro de 2020 para fazer frente à disseminação da Covid-19 e outros países foram sendo incluídos na lista com o passar do tempo.

Na semana passada, o Departamento de Segurança Interna dos EUA disse que as fronteiras terrestres do país com o Canadá e o México permanecerão fechadas para viagens não essenciais pelo menos até 21 de agosto, apesar de o Canadá ter anunciado que começará a permitir a entrada de turistas norte-americanos completamente vacinados em 9 de agosto.

Indagado em 15 de julho durante uma aparição ao lado da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, quando os EUA revogariam as restrições impostas à Europa, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que "serei capaz de responder a essa pergunta a você nos próximos dias —o que provavelmente acontecerá".

Merkel disse que qualquer decisão de retirar as restrições "tem de ser uma decisão sustentável. Certamente não é sensível ter de recuar dela alguns dias depois".

Os casos de Covid-19 saltaram desde que essa entrevista coletiva foi realizada.

A diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Rochelle Walensky, disse na quinta-feira que a média móvel de sete dias de novos casos nos Estados Unidos teve alta de 53% em relação à semana anterior. A variante Delta, originada na Índia, agora responde por 80% dos casos nos EUA e foi detectada em mais de 90 países.

A autoridade da Casa Branca também citou o fato de que, na semana passada, o CDC fez um apelo para os norte-americanos evitarem viagens ao Reino Unido por causa do aumento dos casos.

Mas a autoridade acrescentou: "O governo entende a importância das viagens internacionais e está unido no desejo de reabrir as viagens internacionais de forma segura e sustentável".

As restrições provocaram pesadas críticas de pessoas que estão sendo impedidas de encontrar entes queridos.

A porta-voz da Casa Branca Jen Psaki disse na sexta-feira que as viagens internacionais são "algo que todos nós gostaríamos de ver —não somente pelo turismo, mas para que famílias se reúnam".

Mas ela acrescentou que "dependemos dos conselhos médicos e de saúde pública sobre quando determinaremos que mudanças sejam feitas".

O governo Biden se recusou a anunciar critérios que levariam a reduzir restrições e não informou se retirará restrições de países individualmente ou se irá se concentrar em aprimorar a análise individual dos viajantes.

A Reuters informou na semana passada que a Casa Branca estava discutindo a possibilidade de exigir a vacinação contra Covid-19 de visitantes internacionais, mas nenhuma decisão foi tomada, disseram fontes.

O governo Biden também tem discutido com as companhias aéreas norte-americanas nas últimas semanas sobre estabelecer o rastreamento internacional de contatos para passageiros antes de retirar as restrições.

No início de junho, a Casa Branca lançou grupos de trabalho inter-agências com União Europeia, Reino Unido, Canadá e México para analisar quando eventualmente as restrições fronteiriças e de viagem serão revogadas.

Em janeiro, o CDC impôs testes obrigatórios de Covid para quase todos os viajantes aéreos internacionais.