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OMS começa a distribuir vacinas chinesas contra Covid-19

26/08/2021 13h27

Por Francesco Guarascio e Alexander Winning e Stanley Widianto

BRUXELAS/JOHANESBURGO/JACARTA (Reuters) - O programa de reação pandêmica da Organização Mundial da Saúde (OMS) planeja enviar 100 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 das chinesas Sinovac e Sinopharm até o final do mês, a maioria para África e Ásia, em suas primeiras remessas de vacinas da China, de acordo com um documento da OMS.

As remessas chinesas ajudarão o programa global de compartilhamento de vacinas Covax, que está muito atrás de sua promessa de distribuir dois bilhões de doses neste ano devido a problemas de suprimento e restrições de exportação da Índia, uma grande fabricante.

A ação também pode fortalecer os esforços da diplomacia da vacina da China, apesar dos receios a respeito da eficácia dos imunizantes chineses, que alguns países destinatários recusam ou combinam a doses de reforço de fabricantes ocidentais.

Das 100 milhões de vacinas chinesas, metade será providenciada pela Sinopharm e metade pela Sinovac, e as entregas estão planejadas para acontecer de "julho a setembro de 2021", informou um documento da OMS datado de 29 de julho.

Cerca de 10 milhões de vacinas da Sinopharm haviam sido enviadas até meados de agosto, disse um porta-voz da Aliança Global de Vacinas e Imunização (Gavi), que colidera o Covax com a OMS, à Reuters.

Sinopharm, Sinovac e o Ministério do Comércio chinês não responderam de imediato a pedidos de comentário ao serem indagados quando as vacinas chinesas serão entregues.

As vacinas chinesas já foram alocadas a 60 países, a maioria na África, que deve receber um terço das 100 milhões de doses.

Mas nem todos os países as querem.

A África do Sul está listada pela Covax como uma das maiores destinatárias de vacinas chinesas do continente, com uma alocação de 2,5 milhões de doses da Sinovac, mas uma autoridade de saúde pública de alto escalão disse à Reuters que atualmente o país não está habilitado a receber os imunizantes.

"Não há informação suficiente sobre a eficácia contra a variante Delta e não há dados sobre a Sinovac em populações com HIV", explicou Nicholas Crisp, vice-diretor-geral do departamento de saúde que está supervisionando a distribuição de vacinas.

"Não aceitamos a Covax Sinovac porque é prematuro em nosso processo de avaliação e planejamento", disse ele à Reuters.

A Nigéria, principal destinatária das vacinas chinesas da Covax na África, com uma alocação de quase 8 milhões de doses da Sinopharm, aprovou a vacina, mas a classifica como uma opção "em potencial" para sua campanha de inoculação.