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Rússia diz que negociações com EUA e Otan até agora são 'malsucedidas' e ameaça ação

30.mai.2017 - Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia - Alexander Shcherbak\TASS via Getty Images
30.mai.2017 - Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia Imagem: Alexander Shcherbak\TASS via Getty Images

Da Reuters*

13/01/2022 11h56Atualizada em 13/01/2022 12h23

A Rússia disse nesta quinta-feira que está chegando a um impasse em seus esforços para persuadir o Ocidente a impedir a Ucrânia de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), revertendo décadas de expansão da aliança na Europa, e ameaçou consequências não especificadas como resposta.

O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, disse que especialistas militares russos estão fornecendo opções ao presidente Vladimir Putin caso a situação na Ucrânia piore, mas a diplomacia deve ter uma chance, de acordo com a agência de notícias TASS.

Ele disse que as conversas com os Estados Unidos em Genebra, na segunda-feira, e com a Otan em Bruxelas, na quarta-feira, foram malsucedidas ou possuem "diferença de abordagens", dizendo não ver razão para se reunir novamente nos próximos dias para recomeçar as mesmas discussões.

A Rússia forçou os Estados Unidos e seus aliados à mesa de negociação ao reunir cerca de 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia, enquanto nega que existam planos de invasão.

O Kremlin fez uma avaliação dura das reuniões diplomáticas desta semana antes mesmo de terminarem, enquanto as conversas avançam para Viena, na quinta-feira, na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), composta por 57 países.

"Se não tivermos uma resposta construtiva às nossas propostas dentro de um prazo razoável e o comportamento agressivo em relação à (Rússia) continuar, teremos que tomar as medidas necessárias para garantir o equilíbrio estratégico e eliminar ameaças inaceitáveis à nossa segurança nacional", escreveu a missão russa para a OSCE no Twitter, citando seu embaixador Alexander Lukashevich.

O ministro das Relações Exteriores da Polônia disse em Viena que a Europa está mais perto da guerra do que em qualquer outro momento nos últimos 30 anos, e o enviado norte-americano disse que o Ocidente não deve ceder à chantagem.

O governo de Moscou diz que após décadas de expansão da Otan está determinado a desenhar "linhas vermelhas" e impedir que a aliança admita a Ucrânia como membro ou que a aliança coloque mísseis no território ucraniano.

Os Estados Unidos dizem que as exigências da Rússia para vetar o ingresso da Ucrânia no grupo, e suspender atividades militares na Europa oriental, são ideias que não têm chances de avançar, mas que estão dispostos a conversar com Moscou sobre controle de armamentos, colocação de mísseis e medidas de construção de confiança.

Ryabkov disse que os EUA e seus aliados da Otan "não estão prontos para atender aos nossos principais requisitos" e estão prontos apenas para discutir questões de importância secundária a Moscou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a jornalistas que as conversas dessa semana com os EUA e a Otan produziram até agora algumas "nuances positivas", mas isso não é o bastante, acrescentando que questões fundamentais permaneceram em desacordo.

(*Reportagem adicional de François Murphy e Tom Balmforth)