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Lula deve anunciar criação da Autoridade Nacional do Clima na COP27

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Mariana Greif/Reuters
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Imagem: Mariana Greif/Reuters

Lisandra Paraguassu

Da Reuters, em Brasília

09/11/2022 20h00

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá usar sua presença na COP 27 (Conferência das Partes sobre o Clima), no Egito, para anunciar a criação do cargo da Autoridade Nacional do Clima e apresentar um convite para que uma das próximas COP, possivelmente de 2025, aconteça no Brasil, disseram à Reuters fontes que acompanham o tema.

A proposta da criação da ANC —inspirada no modelo adotado pelo governo norte-americano de Joe Biden, que colocou neste posto o ex-senador John Kerry— já havia sido aventada durante a campanha, e foi endossada por Lula ao ser apresentada por Marina Silva como uma de suas propostas ao declarar apoio à candidatura.

Respeitada internacionalmente nos temas ambientais, a deputada eleita e ex-ministra do Meio Ambiente é, hoje, de acordo com fontes da campanha petista, o nome mais cotado para o cargo, previsto para coordenar os esforços interministeriais ligados ao tema.

Já o convite para a que a COP30, de 2025, aconteça no Brasil seria uma demonstração do compromisso que o próximo governo tem de cumprir e melhorar suas próprias metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, além de uma compensação pelo fato do atual governo ter cancelado a COP 25, que deveria ter ocorrido no país.

Ainda como presidente eleito, em novembro de 2018, Jair Bolsonaro pediu que o Brasil não sediasse o encontro, que aconteceria no final de 2019.

"Houve participação minha nessa decisão. Nosso futuro ministro, eu recomendei para que evitasse a realização desse evento aqui no Brasil", disse, à época.

A COP28, de 2023, já está marcada para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Para 2024 ainda não há decisão, mas há uma proposta da Austrália.

Lula vai a COP27 a convite do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal e também do presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, que telefonou para cumprimentá-lo no dia seguinte à eleição. O presidente eleito deve chegar ao balneário de Sharm El-Sheik, onde acontece a conferência, no dia 15 de novembro e partir no dia 18.

De lá, está sendo prevista uma visita de um dia, ainda não confirmada, a Portugal. O presidente eleito recebeu convites de pelo menos sete países para visitas antes mesmo de tomar posse, mas dificilmente poderá aceitá-los devido ao pouco tempo. Está sendo estudada uma visita a Argentina e Uruguai, segundo uma fonte, mas nada foi acertado.