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Protestos contra reforma da Previdência de Macron são retomados na França

Ato em Nantes protesta contra uso do artigo 49.3 da Constituição francesa para passar reforma sem votação - Loic Venance/AFP
Ato em Nantes protesta contra uso do artigo 49.3 da Constituição francesa para passar reforma sem votação Imagem: Loic Venance/AFP

Dominique Vidalon

18/03/2023 12h10Atualizada em 18/03/2023 12h55

Greves em refinarias persistiram neste sábado (18), na França, e mais manifestações ocorreram em todo o país em meio à raiva pelo governo de Emmanuel Macron, que pressiona por um aumento na idade para aposentadoria sem uma votação parlamentar.

A crescente agitação, combinada com o acúmulo de lixo nas ruas de Paris depois que trabalhadores parados se juntaram à ação, deixou o Macron com o mais grave desafio à sua autoridade desde os chamados protestos dos "Gilets Jaunes" (coletes amarelos) de dezembro 2018.

Enquanto isso, as greves continuaram nas ferrovias.

O batalhão de choque entrou em confronto com manifestantes na noite de sexta (17), em Paris, quando uma manifestação acontecia na Place de la Concorde, perto do prédio do parlamento Assemblee Nationale, resultando em 61 prisões.

"Não há lugar para violência. É preciso respeitar a democracia parlamentar", disse o ministro da Transição Digital e Telecomunicações, Jean-Noel Barrot, à rádio Sud.

Um outro comício foi planejado em Paris ainda neste sábado, enquanto a televisão BFM mostrou imagens de manifestações já acontecendo em cidades como Compiegne, no norte, Nantes, no oeste, e Saint-Etienne, no centro da França.

Uma ampla aliança dos principais sindicatos da França disse que continuará a se mobilizar para tentar forçar uma reviravolta nas mudanças. Um dia de ação industrial nacional está agendado para quinta-feira (23).

Embora os oito dias de protestos em todo o país e muitas ações industriais locais tenham sido amplamente pacíficos, a agitação nos últimos três dias lembra as manifestações dos Coletes Amarelos, no final de 2018. Na ocasião, eles protestavam contra os altos preços dos combustíveis, o que forçou Macron a dar uma meia-volta parcial em um imposto sobre o carbono.