Topo

Esse conteúdo é antigo

Papa quer esclarecer mistério de 40 anos sobre menina desaparecida no Vaticano

Papa Francisco no dia da internação, em audiência na Praça São Pedro, no Vaticano - 29.mar.2023 - Guglielmo Mangiapane/REUTERS
Papa Francisco no dia da internação, em audiência na Praça São Pedro, no Vaticano Imagem: 29.mar.2023 - Guglielmo Mangiapane/REUTERS

Philip Pullella

Na Cidade do Vaticano

11/04/2023 14h58Atualizada em 11/04/2023 17h51

Um dos mistérios mais duradouros da Itália, o desaparecimento de uma estudante do Vaticano há 40 anos, ganhou um novo capítulo hoje, quando seu irmão se encontrou com um investigador do Vaticano a quem o papa Francisco autorizou para chegar ao fundo do caso, onde quer que leve.

Nas últimas quatro décadas, tumbas foram abertas, ossos foram exumados de túmulos esquecidos e teorias da conspiração surgiram em tentativas de determinar exatamente o que aconteceu com Emanuela Orlandi.

Filha de um funcionário do Vaticano cuja família morava na Cidade-Estado, Orlandi, então com 15 anos, não voltou para casa em 22 de junho de 1983 após uma aula de música em Roma.

O caso, que tem sido objeto de investigações intermitentes na Itália e no Vaticano, atraiu nova atenção mundial após o lançamento no final do ano passado da série da Netflix "A Garota Desaparecida do Vaticano".

Em janeiro, o procurador-chefe do Vaticano, Alessandro Diddi, reabriu uma investigação anterior inconclusiva após ter herdado arquivos de seu antecessor aposentado.

O irmão mais velho de Emanuela, Pietro, e a advogada da família, Laura Sgro, se encontraram com Diddi no Vaticano na tarde desta terça-feira.

Em entrevista ao Corriere della Sera antes da reunião, Diddi disse que o papa Francisco quer que "a verdade surja sem reservas". Ele disse que o papa tem uma "vontade de ferro" em relação ao caso.

Diversas teorias sobre o desaparecimento de Orlandi se difundiram ao longo dos anos. Na década de 1980, a imprensa italiana especulou que ela havia sido sequestrada em uma tentativa de garantir a liberdade de Mehmet Ali Agca, o turco preso em 1981 por tentar assassinar o papa João Paulo 2º, embora nada tenha surgido da conexão e a sugestão tenha desaparecido.

A polícia nunca excluiu a possibilidade de que Orlandi tenha sido sequestrada e possivelmente morta por motivos sem conexão com o Vaticano, ou tenha sido vítima de tráfico humano.

Ela estaria com 55 anos agora.