UAW amplia greve contra Stellantis para fábrica de picapes

Por David Shepardson e Joseph White

WASHINGTON/DETROIT - O sindicato United Auto Workers (UAW, em inglês) anunciou nesta segunda-feira greve na maior fábrica da Stellantis nos Estados Unidos, atingindo a lucrativa produção da picape RAM 1500, em uma grande expansão do movimento por melhores salários e condições de trabalho que já dura mais de um mês.

Em greve contra as três grandes montadoras de Detroit -- Stellantis, General Motors e Ford --, o UAW afirmou que a paralisação de 6.800 trabalhadores da fábrica da companhia em Michigan deve-se ao fato de a Stellantis ter apresentado a "pior proposta" de reajuste salarial e outros termos.

Mais de 40 mil integrantes do UAW que trabalham na Ford, GM e na Stellantis estão em greve desde 15 de setembro -- cerca de 27% da força de trabalho total das montadoras nos Estados Unidos -- parte de uma campanha inédita de paralisações simultâneas contra as três montadoras de Detroit.

O sindicato exige aumento salarial de 40%, incluindo um reajuste imediato de 20% e melhorias nos benefícios, assim como a extensão de acordos trabalhistas da categoria aos funcionários de fábricas de baterias de veículos elétricos.

"Os trabalhadores estão pedindo muito. É muito difícil para as montadoras aceitarem tudo isso e, se aceitarem, as ações serão punidas no mercado. É uma situação muito complicada", disse Tim Ghriskey, estrategista sênior de investimentos da Ingalls & Snyder.

Na sexta-feira, o presidente da United Auto Workers, Shawn Fain, havia alertado sobre mais paralisações nas fábricas de picapes e utilitários esportivos dos EUA, a menos que as montadoras melhorassem as ofertas de salários e benefícios, insistindo que as empresas podem pagar mais do que as propostas na mesa.

Fain afirmou que as três montadoras de Detroit convergiram para uma oferta de aumento salarial de 23% e fizeram progressos em outras questões, mas disse aos membros do UAW que "há mais a ser conquistado". GM e Ford afirmam que os aumentos adicionais do custo de vida já elevam suas ofertas de remuneração total a um aumento de mais de 30%.

Fain reconheceu que alguns membros do UAW querem votar as ofertas atuais, mas na semana passada pediu que eles não cedessem ao "medo, incerteza, dúvida e divisão" que, segundo ele, foram semeados pelas empresas. Ele afirmou ainda que as negociações estavam chegando ao fim.

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"Essa é a parte mais difícil de uma greve", disse. "Logo antes de um acordo é quando há o impulso mais agressivo para a última milha."

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