Moradores de Gaza rezam para que novo ano traga paz após "destruição" de 2023

Por Saleh Salem e Ibraheem Abu Mustafa

RAFAH, GAZA (Reuters) - Aproximando-se do fim de um ano que dificilmente poderia ter trazido mais dificuldades, após 12 semanas de ataques israelenses, a população de Gaza tem pouca esperança de que 2024 trará muito alívio. 

Em Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, que se tornou o principal local para palestinos fugindo de outras partes do enclave, as pessoas neste domingo estavam mais preocupadas em tentar encontrar abrigo, comida e água do que com o novo ano. 

“Em 2024, eu desejo voltar aos destroços da minha casa, armar uma barraca e morar lá”, disse Abu Abdullah al-Agha, homem palestino de meia idade cuja casa em Khan Younis foi destruída e que perdeu uma sobrinha e um sobrinho jovens em um ataque aéreo israelense. 

“Desejo que nossas crianças vivam em paz e segurança, que voltem para a escola, para a universidade, para que trabalhadores voltem aos seus empregos e encontrem uma fonte de renda”, acrescentou. 

Israel começou sua guerra em Gaza em 7 de outubro, após soldados palestinos do Hamas cruzarem a fronteira para matar mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, e tomar 240 reféns. 

O bombardeio israelense retirou quase todos os moradores de Gaza de suas casas, matou 21.800 pessoas, segundo autoridades sanitárias do enclave governado pelo Hamas, e deixou os sobreviventes sofrendo de fome, doenças e miséria.

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