Manifestantes são presos na Universidade da Pensilvânia e no MIT na mais recente repressão a protestos sobre Gaza

Por Julia Harte e Brendan O'Brien

(Reuters) - A polícia desarmou acampamentos e prendeu dezenas de manifestantes pró-palestinos no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês) e na Universidade da Pensilvânia na manhã desta sexta-feira, a mais recente repressão aos protestos em campi universitários dos EUA. 

Policiais da Filadélfia com equipamento anti-motim afastaram jornalistas para longe do acampamento da Universidade da Pensilvânia antes de derrubar as barracas e jogar pertences dos estudantes no lixo, segundo o jornal estudantil. Cerca de 33 pessoas foram presas, afirmou o departamento de segurança pública da Universidade. 

Cena semelhante ocorreu simultaneamente no MIT, perto de Boston, onde jornalistas estudantes publicaram que a tropa de choque prendeu pelo menos 10 manifestantes antes de  destruir o acampamento e descartar seus pertences. 

As invasões da madrugada foram os últimos esforços das autoridades escolares e locais para acabar com as manifestações em dezenas de universidades em todo o país.

Muitos comandos de universidades consideram os acampamentos perigosos e tentam encerrá-los antes das cerimônias de formatura, em maio, que atraem grandes multidões de visitantes externos aos campi. 

Os manifestantes pedem um cessar-fogo na invasão de Israel em Gaza e exigem que suas universidades cortem investimentos em empresas com relações com Israel. 

Nesta sexta-feira, autoridades da Universidade de Harvard começaram a suspender os alunos envolvidos em um acampamento no campus da escola da Ivy League em Cambridge, Massachusetts, segundo publicação no Instagram do Comitê de Solidariedade com a Palestina da escola.

Na segunda-feira, o presidente interino de Harvard, Alan Garber, disse que o acampamento estava perturbando o ambiente educacional enquanto os alunos faziam os exames finais e se preparavam para a formatura. Ele alertou que os participantes poderiam ser suspensos, impedidos de entrar no campus e possivelmente impedidos de fazer exames e residir em alojamentos da universidade.

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A presidente do MIT, Sally Kornbluth, afirmou que as 10 pessoas presas nesta sexta-feira entregaram-se "pacificamente" à polícia, mas que as detenções ocorreram após uma escalada de conflitos entre manifestantes pró-palestinos e pró-israelenses.

O presidente interino da Universidade da Pensilvânia, J. Larry Jameson, havia dito nesta semana que "cada dia que os acampamentos existem, o campus é menos seguro", citando relatos de assédio e discurso ameaçador, destruição de pontos de referência do campus e um vídeo de um estudante que teve sua entrada negada no acampamento. 

(Reportagem de Julia Harte, em Nova York, e Brendan O'Brien, em Chicago; reportagem adicional de Steve Gorman, em Los Angeles)

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