Lula diz que não defende Putin, mas negociação de paz tem que ter os dois lados

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta quinta-feira que esteja fazendo uma "defesa" do presidente russo, Vladimir Putin e ressaltou que o Brasil não tem "lado", mas ponderou que qualquer negociação para o fim da guerra na Ucrânia precisa contar com a participação dos dois países envolvidos ou não será uma negociação sobre a paz.

Após participar do Fórum Inaugural da Coalizão para Justiça Social, na Suíça, Lula disse a jornalistas que se os dois chefes de Estado da Rússia e da Ucrânia se recusam a conversar um com o outro "é porque eles estão gostando da guerra", do contrário já teriam sentado na busca de uma solução pacífica.

"Eu não faço a defesa do Putin", disse, acrescentando que "o Brasil foi o primeiro país a criticar a Rússia pela invasão".

"O que eu não faço é ter lado. O meu lado é a paz."

As declarações do presidente ocorreram quando questionado se concordava com afirmação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, de que estaria priorizando uma aliança com Putin.

Lula fez questão de dizer que o Brasil mantém sua posição de negociar em qualquer âmbito que envolva os dois países em guerra.

"As guerras são feitas por duas nações. Quer dizer, se você quer encontrar a paz, você tem que colocar os dois em uma mesa de negociação."

A Suíça está organizando com a Ucrânia uma cúpula neste mês para discutir a paz no país, que segundo o governo suíço já teve a adesão de vários países. A Rússia, no entanto, não foi convidada e, por sua vez, diz não ver sentido na reunião.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello)

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