Resultados da votação na Venezuela não são confiáveis, diz órgão da OEA

(Reuters) - O departamento de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) disse nesta terça-feira que não pode reconhecer os resultados proclamados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que declarou a vitória do atual presidente Nicolás Maduro na eleição presidencial de domingo.

O órgão regional de 35 membros, que se reunirá sobre a Venezuela nesta quarta-feira, disse que o CNE da Venezuela se mostrou tendencioso em relação ao governo.

O CNE anunciou que Maduro venceu com 51% dos votos, mas a oposição disse que os 73% dos votos aos quais tem acesso mostram que o seu candidato Edmundo González teve mais do que o dobro de votos que Maduro.

Protestos eclodiram na Venezuela, enquanto os Estados Unidos e vários líderes latino-americanos rejeitaram os resultados ou disseram que é necessária maior transparência.

“Os acontecimentos da noite eleitoral confirmam uma estratégia coordenada, desenvolvida nos últimos meses, para minar a integridade do processo eleitoral”, afirmou relatório do órgão da OEA.

O documento continha relatos de ilegalidades e práticas ilícitas ocorridas nesta e em eleições venezuelanas anteriores.

“As evidências mostram um esforço do regime para ignorar a vontade da maioria expressa nas urnas por milhões de homens e mulheres venezuelanos”, diz o relatório.

“O que aconteceu mostra, mais uma vez, que o CNE, as suas autoridades e o sistema eleitoral venezuelano estão a serviço do poder executivo e não dos cidadãos.”

Maduro diz que a Venezuela tem o melhor e mais transparente sistema eleitoral do mundo e acusa facções violentas de direita de tentar derrubá-lo ilegalmente com apoio estrangeiro.

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Ele recebeu apoio da China, da Rússia e de alguns países latino-americanos de esquerda.

O relatório da OEA concluiu que, sem apoio documental público para os resultados eleitorais anunciados, eles não seriam confiáveis ​​e não deveriam ser reconhecidos.

(Reportagem de Natalia Siniaws)

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