China e Rússia repreendem Ocidente em fórum de segurança em Pequim
Por Laurie Chen
PEQUIM (Reuters) - Autoridades de defesa de China e Rússia criticaram o Ocidente em um fórum de diplomacia militar em Pequim nesta sexta-feira, com a China cortejando o Sul Global e a Rússia dizendo que os Estados Unidos estão transferindo conflitos militares para a região Ásia-Pacífico.
O ministro da Defesa da China, Dong Jun, disse no fórum anual Xiangshan que Pequim reforçará laços militares com seus vizinhos e, especialmente, com países em desenvolvimento.
"Os principais países devem assumir a liderança na proteção da segurança global, abandonar uma mentalidade de soma zero e abster-se de intimidar os pequenos e os fracos", disse Dong, em uma crítica velada aos Estados Unidos, que ele não citou especificamente.
As comunicações entre as Forças Armadas de EUA e China diminuíram apesar das tensões sobre o Mar do Sul da China, Taiwan e as preocupações de Washington com o relacionamento próximo de Pequim com a Rússia, que está em guerra na Ucrânia.
Os atritos foram sublinhados pelo ministro da Defesa da Alemanha, que confirmou que dois navios de guerra alemães haviam navegado pelo Estreito de Taiwan nesta sexta-feira, o primeiro trânsito desse tipo em duas décadas e uma ação condenada pela China.
Dong deu sua declaração para representantes de 90 países e organizações internacionais no fórum de três dias, que termina no sábado.
Ele disse que os países da região devem "buscar força por meio da unidade e confiar em si mesmos para sua própria paz".
O vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, disse durante o fórum que os EUA estão tentando conter a China e a Rússia, enquanto se preparam para a guerra na Ásia, criando novos blocos de segurança.
"A Rússia e a China apoiam a criação de uma ordem mundial justa e multipolar, baseada na igualdade e no respeito mútuo", disse ele.
"Para criar condições para forçar a Rússia a negociar com base nas fórmulas de Kiev, os países da (aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte) Otan planejam enviar tropas para a Ucrânia", acrescentou. "Este é um jogo perigoso que pode levar a um conflito direto de potências nucleares."
A Otan diz que não tem planos de enviar tropas para a Ucrânia. Kiev acusa a Rússia de tentar impor suas próprias condições de paz à Ucrânia e busca uma retirada russa e a restauração das fronteiras pós-soviéticas da Ucrânia de 1991.
Pequim está se promovendo como um participante responsável em conflitos globais, apesar de dificuldades em seu próprio quintal. O fórum deste ano tem como tema "Promovendo a paz para um Futuro Compartilhado".
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