Escalada do conflito no Oriente Médio representa riscos econômicos significativos, diz FMI

Por David Lawder

WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quinta-feira que uma escalada do conflito no Oriente Médio pode ter consequências econômicas significativas para a região e para a economia global, mas os preços das commodities permanecem abaixo dos picos do ano passado.

A porta-voz do FMI, Julie Kozack, disse em entrevista coletiva que a instituição está monitorando de perto a situação no sul do Líbano com "grave preocupação" e ofereceu condolências pela perda de vidas.

"A possibilidade de uma nova escalada do conflito aumenta os riscos e a incerteza e pode ter ramificações econômicas significativas para a região e além dela", disse Kozack.

Ela disse que é muito cedo para prever impactos específicos sobre a economia global, mas destacou que as economias da região já sofreram muito, especialmente em Gaza, onde a população civil "enfrenta condições socioeconômicas terríveis, uma crise humanitária e fornecimento insuficiente de ajuda".

O FMI estima que o Produto Interno Bruto (PIB) de Gaza caiu 86% no primeiro semestre de 2024, disse Kozack, enquanto o PIB do primeiro semestre da Cisjordânia provavelmente caiu 25%, com perspectivas de uma deterioração ainda maior.

O PIB de Israel sofreu uma contração de cerca de 20% no quarto trimestre de 2023, após o início do conflito, e o país registrou apenas uma recuperação parcial no primeiro semestre de 2024, acrescentou ela.

"No Líbano, a recente intensificação do conflito está exacerbando a já frágil situação macroeconômica e social do país", disse Kozack, referindo-se aos ataques aéreos de Israel contra o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, no Líbano.

"O conflito infligiu um pesado tributo humano ao país e danificou a infraestrutura física."

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Os principais canais de impacto do conflito sobre a economia global têm sido os preços mais altos das commodities, incluindo petróleo e grãos, bem como o aumento dos custos de transporte, já que os navios evitam possíveis ataques com mísseis dos militantes Houthi do Iêmen contra navios no Mar Vermelho, disse Kozack. Mas os preços das commodities estão atualmente mais baixos do que em seus picos no ano passado.

"Estamos preparados para nos envolver com o Líbano em um possível programa de financiamento quando a situação for apropriada para isso, mas seria necessário que as ações pudessem ser tomadas e medidas políticas decisivas pudessem ser tomadas", acrescentou Kozack. "Atualmente, estamos apoiando o Líbano por meio de assistência ao desenvolvimento de capacidades e outras áreas, sempre que possível."

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