Forças israelenses disparam contra posições de soldados da ONU no Líbano, diz órgão

Por Maya Gebeily e Alexander Cornwell

BEIRUTE/JERUSALÉM (Reuters) - As forças israelenses dispararam contra duas posições usadas pelas forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano nesta quinta-feira e contra outra na quarta-feira, disse a força da ONU, enquanto Israel continua seu ataque ao Hezbollah e pedia para civis libaneses não voltarem para suas casas.

A Unifil disse que dois de seus soldados da paz ficaram feridos em um dos incidentes, quando um tanque israelense disparou contra uma torre de observação no quartel-general principal da força em Naqoura, atingindo a torre e fazendo com que eles caíssem. Não houve vítimas nos outros dois incidentes, disse uma fonte da ONU.

"Qualquer ataque deliberado às forças de paz é uma grave violação da lei humanitária internacional", disse a Unifil em um comunicado, acrescentando que está acompanhando a questão com o Exército israelense.

Em um primeiro momento, não houve nenhum comentário dos militares israelenses, que estão realizando uma crescente ofensiva no Líbano contra o grupo Hezbollah, fortemente armado e apoiado pelo Irã.

O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse que contatos entre os Estados Unidos e a França estão em andamento com o objetivo de reviver um cessar-fogo, uma aparente referência aos esforços diplomáticos para conseguir uma trégua que Israel rejeitou no mês passado. Não houve nenhum comentário de Washington ou Paris em um primeiro momento.

O Oriente Médio permanecia em alerta máximo para uma nova escalada do conflito que tem varrido a região desde os ataques liderados pelo Hamas contra Israel há um ano, à medida que aguarda a resposta de Israel a um ataque com mísseis iranianos na semana passada.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conversaram na quarta-feira sobre a possível retaliação israelense contra o Irã, em uma ligação que ambos os lados descreveram como positiva.

Israel diz que sua ofensiva no Líbano tem como objetivo garantir o retorno para casa de dezenas de milhares de israelenses que se retiraram do norte de Israel devido aos mísseis lançados pelo Hezbollah, que abriu fogo há um ano para apoiar o Hamas em Gaza.

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A Unifil foi criada em 1978 e ampliada após a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. Ela tem cerca de 10.500 funcionários, com os principais países contribuintes incluindo França, Itália, Indonésia, Malásia e Gana, de acordo com o site da Unifil.

A Unifil disse que os soldados israelenses também dispararam contra uma posição da ONU em Ras Naqoura "atingindo a entrada do bunker onde as forças de paz estavam abrigadas, danificando veículos e um sistema de comunicação."

"Um drone da IDF foi observado voando dentro da posição da ONU até a entrada do bunker", disse a Unifil. No dia anterior, as forças israelenses haviam "disparado e desativado as câmeras de monitoramento do perímetro da posição", acrescentou. Eles também dispararam deliberadamente e danificaram outra posição, disse.

O Ministério da Saúde libanês disse que um ataque israelense durante a noite atingiu um centro de defesa civil no vilarejo de Derdghaiya, a cerca de 10 quilômetros da fronteira, matando cinco paramédicos e equipes de resgate.

Não houve nenhum comentário do Exército israelense em um primeiro momento.

(Reportagem adicional de Maya Gebeily, Parisa Hafezi, Andrew Mills, Maha El Dahan e Pesha Magid, Maayan Lubell em Jerusalém, Clauda Tanios, Tala Ramadan e Ahmed Elimam em Dubai, Trevor Hunnicutt e Matt Spetalnick em Washington, e Michelle Nichols em Nova York)

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