Tribunal russo condena advogado a 7 anos de prisão por comentários sobre guerra na Ucrânia
MOSCOU (Reuters) - Um tribunal russo determinou a prisão de um advogado que representou críticos da guerra de Moscou na Ucrânia por sete anos na quinta-feira, depois de condená-lo por divulgar informações falsas sobre o Exército russo e por "incitar o ódio".
As acusações contra Dmitry Talantov, de 63 anos, decorrem de várias publicações no Facebook em que ele chamou as ações dos soldados russos na Ucrânia de "práticas nazistas extremas", informou o meio de comunicação Mediazona, que foi designado como "agente estrangeiro" pelas autoridades russas.
Talantov negou qualquer irregularidade, disse o tribunal em Udmurtia, a leste de Moscou, em um comunicado. A Reuters não conseguiu contatar imediatamente seu advogado para perguntar se ele planeja recorrer.
Políticos russos afirmam que os russos devem ser o mais unidos possível diante do que eles consideram uma luta existencial contra o Ocidente e classificam as pessoas que criticam os militares como quinta-coluna.
O Relator Especial da ONU sobre direitos humanos na Rússia pediu na quarta-feira a absolvição de Talantov.
"Talantov deve ser libertado imediatamente e exonerado de toda responsabilidade criminal, pois atos como expressar uma opinião não violenta ou a dissidência pacífica contra a guerra são protegidos pela lei internacional de direitos humanos", disse Mariana Katzarova.
Antes de ser preso em junho de 2022, Talantov era o presidente da associação de advogados na região da Udmurtia.
(Reportagem da Reuters)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.