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Computador detecta melhor câncer de pele do que dermatologistas

29/05/2018 10h47

Um computador conseguiu detectar melhor do que médicos dermatologistas o câncer de pele, anunciou uma equipe de pesquisadores nesta terça-feira (29). Especialistas da Alemanha, França e Estados Unidos testaram esse sistema de inteligência artificial que foi submetido a mais de 100 mil imagens de lesões e pintas na pele para que pudesse distinguir entre benignas e alarmantes.

Os resultados do computador foram comparados aos de 58 especialistas médicos de 17 países. "A maioria dos dermatologistas foi menos eficiente" do que o computador, escreveram os pesquisadores na revista Annals of Oncology. Com uma simples fotografia de 100 casos julgados complicados, os médicos identificaram corretamente, em média, 87% dos melanomas, o câncer mais grave de pele, apresentados.

A porcentagem aumentou para 89% com informações detalhadas, como idade e sexo do paciente, além da localização da lesão da pele. O computador cometeu menos erros no diagnóstico de melanomas em pintas benignas e detectou mais cânceres que passariam despercebidos. Algo que permitiria "reduzir as operações desnecessárias", ressaltou o professor Holger Hänssle, da Universidade Alemã de Heidelberg, em um comunicado.

Para os pesquisadores, não se trata de dispensar os médicos em benefício da inteligência artificial, mas de fazer disso um "instrumento complementar". "Atualmente, nada pode substituir um exame clínico em profundidade", lembraram dois professores australianos em Dermatologia, Victoria Mar e Peter Soyer, em um comentário publicado junto ao estudo.

Mais de 200 mil casos de melanoma maligno no mundo

Segundo o Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), 232 mil casos de melanoma maligno são identificados anualmente no mundo, resultando em 55 mil mortes. Esse tipo de câncer "pode ser curado se for detectado precocemente, mas muitos casos não são diagnosticados até que o câncer esteja mais avançado e seja mais difícil de tratar", segundo os pesquisadores.

(Com informações da AFP Brasil)