Brasil perde invencibilidade no futebol de areia e fica em terceiro na Copa Intercontinental de Dubai
Mariana Durão, correspondente da RFI em Dubai
O Irã venceu a Copa Intercontinental de Dubai ao bater a Rússia por 4 a 1 na final. O time iraniano repetiu o feito de 2013, tornando-se bicampeão do torneio. A competição é a mais importante da modalidade depois da Copa do Mundo e reúne anualmente os melhores países de cada continente na temporada.
Vencedor da competição nos últimos dois anos, o Brasil dessa vez esbarrou na Rússia nas semifinais. Em um jogo histórico, com direito a empate no tempo normal e na prorrogação, os brasileiros acabaram perdendo nos pênaltis a vaga na final. A derrota para os russos quebrou uma sequência de 66 jogos invictos sob o comando do técnico Gilberto Costa e adiou o tetracampeonato no torneio.
Apesar do revés, o Brasil se mantém como uma superpotência do esporte, status que voltou a ostentar depois que Costa assumiu a seleção canarinho, em janeiro de 2016. Nas últimas três temporadas foram 15 títulos em 16 competições, entre eles a Copa do Mundo da Fifa 2017, nas Bahamas. O país segue na liderança do ranking mundial do beach soccer.
Brasil tem melhores jogadores e técnico
Na cerimônia de gala que premiou os destaques do esporte nesta temporada, realizada no sábado em Dubai, a equipe verde e amarela teve Bruno Xavier e Datinha entre os cinco melhores jogadores de 2018 na areia. Já o técnico brasileiro foi eleito o melhor do mundo pelo segundo ano consecutivo.
“Numa derrota a sensação nunca é boa nos primeiros dias, mas a partir de agora a gente começa a tentar tirar o aprendizado dela”, disse Costa à RFI Brasil. “O esporte hoje é mais competitivo, então vai ser cada vez mais difícil ver invencibilidades longas. Existem muitos países competitivos e todos (jogadores da seleção) estavam conscientes de que a derrota chegaria. O mais importante é que a equipe deu o seu melhor e lutou até o final”, afirmou.
De olho na Copa do Mundo de 2019
O capitão da seleção Bruno Xavier admitiu que ainda não houve tempo para digerir a derrota para a Rússia, mas destacou que o time saiu de campo com a sensação de dever cumprido após virar um placar de 4 a 1 no fim do último tempo. “De tudo a gente tira um aprendizado e um lado bom. Essa derrota veio e agora é hora de levantar a cabeça porque (2019) é ano de Copa do Mundo”, disse.
Com contrato até o final do ano que vem, o técnico da seleção diz que o foco agora está nas eliminatórias para a Copa de 2019, que acontecem em março. O mundial será em novembro do ano que vem, no Paraguai. “A meta é manter o título de campeão mundial conquistado em 2017”, destacou Costa, que não enxerga grandes mudanças na equipe no curto prazo.
Aos 41 anos, Gilberto Costa acumula passagens bem sucedidas no Brasil e no exterior, onde comandou as equipes do Barcelona e do russo Krylya Sovetov. O brasileiro também esteve à frente da seleção da Bielorrússia na temporada de 2014. Entre os títulos nos oito anos como técnico ele coleciona três Mundialitos de Clubes, com Vasco (2011), Corinthians (2013) e Barcelona (2015). Berço do futebol de areia, o Brasil passava por uma fase ruim quando o técnico assumiu a seleção e a elevou novamente a um patamar de destaque.
Além de títulos, o treinador almeja deixar como legado para o futebol de areia a organização de uma competição nacional mais longa, como acontece em países como Irã, Itália e Rússia. Para isso, diz, seria necessário apoio da CBF. “Ficaria muito feliz se a gente conseguisse deixar um caminho para que o esporte se tornasse profissional”, avalia. A maioria dos jogadores da seleção passa o ano se dividindo entre as ligas de diferentes países, em especial na Europa.
Gilberto Costa defende que o esporte seja levado para dentro das escolas, de maneira a criar uma cultura esportiva entre crianças e adolescentes. “O Brasileiro gosta do que ganha, do que é campeão, mas ninguém entende como se constrói campeões e como se constrói uma modalidade”, analisa.
Não existe nada previsto no governo Bolsonaro para o esporte
Questionado sobre a hipótese de o Ministério dos Esportes ser fundido com outras pastas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, ele afirma que perder o status de pasta exclusiva não é o melhor dos mundos, mas diz que essa não é sua maior preocupação.
“Nós não temos políticas de desenvolvimento do desporto no país, então o que mais me preocupa na eleição democrática do nosso presidente é que não existe nada no plano de governo dele sobre esportes. Eu sigo aguardando qual é o plano do futuro governo para o esporte, porque hoje nós não conhecemos. Isso é mais preocupante que a extinção ou fusão da pasta”, disse.
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