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Trump debocha dos serviços de Inteligência dos EUA

30/01/2019 20h06

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou nesta quarta-feira (30) uma nova disputa com os serviços de Inteligência do país. Irônico, o chefe da Casa Branca chamou os profissionais responsáveis pela coleta de informações sobre as possíveis ameaças à segurança do país de "ingênuos".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou nesta quarta-feira (30) uma nova disputa com os serviços de Inteligência do país.

Após ter sido contestado pelos chefes das principais agências de Inteligência dos Estados Unidos sobre vários temas de política exterior, o presidente norte-americano debochou dos profissionais. "Talvez a Inteligência devesse voltar à escola", tuitou o chefe da Casa Branca.

Essa não é a primeira vez que Trump questiona publicamente os serviços de Inteligência, embora agora tenha sido especialmente veemente. "As pessoas da Inteligência parecem ser extremamente passivas e ingênuas quando se trata dos perigos do Irã. Estão equivocados!", continuou o presidente.

A declaração foi uma resposta à posição do diretor de Inteligência, Dan Coats, e a chefe da CIA, Gina Haspel, ambos nomeados por Trump, que mostraram as suas diferenças em temas como Irã, Coreia do Norte e Síria. As divergências foram sentidas na véspera, durante uma audiência no Comitê de Inteligência do Senado sobre as ameaças globais que os Estados Unidos enfrentam.

A diretor da CIA colocou em dúvida que o Irã esteja buscando contar com armas nucleares, justificativa de Trump para abandonar unilateralmente o acordo nuclear assinado em 2015. "Quando me tornei presidente, o Irã estava gerando problemas em todo o Oriente Médio e além. Desde que acabamos com este terrível acordo nuclear são MUITO diferentes, embora uma fonte de perigo e conflito em potencial", escreveu Trump no Twitter.

“Relação com Coreia do Norte é a melhor de todos os tempos”

As diferentes também surgiram no tema norte-coreano. "Seguimos considerando que seja pouco provável que a Coreia do Norte esteja disposta a renunciar a todas suas armas nucleares e capacidades de produção, apesar de pretender negociar uma desnuclearização parcial para obter importantes concessões internacionais e dos Estados Unidos", assegurou Coats ao Congresso. Trump se defendeu no Twitter: "A relação da Coreia do Norte com os Estados Unidos é a melhor de todos os tempos". "O tempo dirá o que acontecerá com a Coreia do Norte, mas no final da administração passada a relação era horrível e coisas muito ruins iam acontecer. Agora é outra história", indicou.

Trump também mostrou divergências sobre a situação síria que, segundo ele, está praticamente resolvida. Mas segundo Coats, o grupo Estado Islâmico "ainda controla milhares de combatentes em Iraque e Síria".

"Devemos saudar nossas agências de Inteligência, que continuam fornecendo análises rigorosas e realistas das ameaças que enfrentamos", disse o democrata Adam Schiff, presidente da Comissão de Inteligência na Câmara de Representantes. "O fato de que a Casa Branca não escute é terrivelmente perigoso", acrescentou.

(Com informações da AFP)