Greve contra reforma da Previdência continua e franceses se preparam para segunda-feira caótica
A greve contra a reforma das aposentadorias continua na França e trens e metrôs continuavam bloqueados neste domingo (8). A mobilização continua nesta segunda-feira (9) e as empresas que gerenciam o transporte em Paris recomendam aos passageiros que evitem as estações.
Em entrevista hoje ao Jornal do Domingo, Philippe Martinez, representante da CGT, um dos maiores sindicatos franceses, disse que o movimento só vai ceder se o governo francês voltar atrás nas medidas anunciadas.
Para o líder sindicalista, o projeto do presidente Emmanuel Macron não traz "nada de bom." Segundo ele, é preciso conservar o sistema atual, que, em sua opinião, "é o melhor do mundo", e "melhorá-lo." A proposta do Executivo visa reunir em um só sistema universal 42 regimes de aposentadoria diferentes, a partir de 2025.
Na próxima quarta-feira (11), o primeiro-ministro Edouard Philippe deve fazer um pronunciamento sobre a questão, que está segundo aguardado com expectativa. O governo francês pretende apresentar seu texto na íntegra.
O princípio do atual sistema francês, segundo o sindicalista, é que os trabalhadores paguem de acordo com seus ganhos, recebendo, no fim, "o suficiente para satisfazer suas necessidades". O projeto do governo, explica Martinez, acaba com a redistribuição e considera que os franceses que não poderão pagar pelo benefício, como em caso de desemprego, por exemplo, devem ganhar menos.
Martinez ainda pediu que o governo "ouça o clamor das ruas" e esteja aberto ao diálogo. Na quinta-feira (5), maisde 800 milpessoas manifestaram em toda a França e uma nova jornada de mobilização está prevista nesta terça. Uma manifestação na quinta-feira também não está descartada.
Empresa aconselha passageiros "a evitarem estações de trens e metrô"
A segunda-feira promete ser caótica no transporte público em Paris e a própria RATP, empresa que gerencia os metrôs na capital, aconselhou os franceses a não utilizarem o serviço. As estações provavelmente estarão lotadas, o que representa "um risco" para os passageiros, segundo a RATP.
O movimento também continua na SNCF, a companhia de trens francesa que liga Paris aos subúrbios e outras cidades do país e da Europa. Neste domingo, os passageiros na estação Montparnasse, na capital, faziam o que podiam para poder voltar para casa, como explicou Véronique, uma viajante de passagem pela estação, à RFI.
"Meu trem desta manhã, para Angers, foi cancelado. Vou pegar um trem para Tours, é a única solução. Tenho parentes em Tours, vou conversar com os fiscais e subir no trem, não tenho outra solução. Senão vou ter que ficar em Paris." Ela diz que compreende as reivindicações contra a reforma da Previdência francesa e já foi protestar nas ruas, mas acredita que haja um problema nas negociações. "Para chegar neste extremo, alguma coisa está errada", avalia.
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