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Paris vai comemorar Ano-Novo na Champs Élysées com muita dificuldade de transporte

31/12/2019 13h16

A prefeitura de Paris manteve a tradicional festa de Ano-Novo na avenida Champs Élysées apesar da greve de transportes públicos, que já dura 27 dias e afeta quase todas as linhas de metrô da capital francesa. Diferentemente de outros anos, os turistas e parisienses não terão metrô gratuito 24 horas para voltar da festa este ano.

A festa na avenida começa às 21h (17h em Brasília), animada por um DJ, e tem seu auge a partir das 23h20, com um espetáculo de luzes iluminando o Arco do Triunfo. São esperadas mais de 250 mil pessoas para assistir à queima de fogos de artifício à meia-noite.

Em meio à longa greve de transportes, a celebração organizada pela prefeitura de Paris e pela casa Dior não terá transporte fácil. Diferentemente de outros réveillons, os turistas e parisienses não contarão com o serviço gratuito de 24 horas do metrô e de suas principais linhas de trens urbanos nesta noite.

Das 16 linhas de metrô da capital, apenas as linhas 1 e 14, que trabalham sem condutor, vão funcionar até 2h15 do dia 1° de janeiro. Das cinco linhas de trens urbanos, apenas três devem circular na madrugada servindo parte das estações da periferia de Paris, mas com intervalos de uma hora ou mais.

Como opção, a empresa de transporte reforçou o número de ônibus noturnos e o funcionamento da restrita rede de trens de superfície. A empresa, no entanto, avisa que há riscos de superlotação nos transportes.

Para evitar distúrbios, os protestos de "coletes amarelos" estão proibidos na avenida Champs Elysées. A polícia vai manter a partir das 19h uma área de circulação controlada, onde não será possível entrar com garrafas de vidro.

As lojas, bares e restaurantes da principal artéria parisiense terão que fechar os terraços instalados nas calçadas e remover "qualquer mobiliário que possa servir como projétil ou arma por destino".

Também estão proibidas reuniões no entorno da Torre Eiffel, ao redor da catedral de Notre-Dame e do Fórum des Halles, sob pena de multa de 135 euros.

Quase 100 mil policiais e guardas-civis vão trabalhar na noite deste Ano-Novo, além de cerca de 5.000 soldados, segundo informou o ministro do Interior, Christophe Castaner.

Protestos contra reforma da Previdência

Os protestos contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Macron já duram 27 dias. O movimento já é mais longo que os protestos de 1995, quando o governo francês tentou fazer uma reforma de aposentadoria de funcionários públicos e teve de retirar o projeto devido à longa greve.

Na noite desta terça (31), o presidente Emmanuel Macron fará seu tradicional discurso de fim de ano. Os manifestantes aguardam algum sinal de negociação do presidente nesta fala. No entanto, a assessoria de imprensa da presidência já anunciou na segunda-feira que "não se deve entrar em detalhes sobre a reforma" neste discurso de Ano-Novo.

Segundo o Palácio do Eliseu, o discurso de Macron, que será transmitido às 20h, vai reforçar "a forte ambição do governo" sobre a reforma da Previdência, considerada um "projeto de progresso social que corrige inúmeras desigualdades".

Novas reuniões entre sindicatos e o primeiro-ministro Édouard Phillipe estão previstas a partir do dia 7 de janeiro.