EUA contabilizam mais de 10 mil mortos por coronavírus "à espera do pior"
Os Estados Unidos ultrapassaram a marca de 10 mil mortes confirmadas por coronavírus nesta segunda-feira (6), começo de uma semana que foi chamada de horrível pelo presidente Donald Trump. No domingo, o diretor do serviço de saúde pública, Jerome Adams, comparou o sofrimento dos próximos dias à tragédia vivida em 11 de Setembro de 2001, e disse que será o momento mais difícil para muitos americanos em toda a sua vida".
Nathalia Watkins, correspondente da RFI em Nova York
A curva de contaminação pelo coronavírus vem crescendo vertiginosamente nos Estados Unidos desde meio de março, enquanto se prepara para o pico da pandemia, projetado para o dia 15 de abril.
O país já é o terceiro mais afetado pela pandemia, ficando atrás apenas da Itália e Espanha. Ao todo, mais de 70 mil pessoas morreram no mundo em decorrência da COVID-19.
Maior foco: NYC
Nova York espera o pico de transmissões para o meio de abril, mas amanheceu um leve otimismo em meio aos sinais de estabilização da crise do coronavírus. As internações começaram a diminuir e, no domingo e na segunda-feira, os dados sobre infectados e mortos pela COVID-19 mostraram que as medidas de isolamento social para controlar o vírus podem estar funcionando.
Menos de 600 mortes ao dia foram registradas nas últimas 48 horas na região. Apesar disso, o governador Andrew Cuomo enfatizou que o Estado continua em emergência e que o sistema de saúde está sobrecarregado.
As projeções mostram que não há testes, recursos médicos e leitos disponíveis para todos os pacientes de coronavírus e, segundo as estimativas, o número de mortes em um único dia pode ultrapassar os 3 mil em 16 de abril. O Estado de Nova York já registra cerca de cinco mil mortes e mais de 130 mil casos confirmados.
Os nova-iorquinos têm mostrado obediência às autoridades e, principalmente, resiliência. As ruas da cidade estão esvaziadas há semanas e, como em boa parte do mundo, os serviços de delivery estão congestionados.
O pico para a pandemia em Nova York é esperado para dia 9 de abril. O governador Cuomo estendeu as medidas de isolamento social até dia 29 de abril e vai aplicar multa de mil dólares para quem descumprir as normas.
Oito Estados ainda não declararam quarentena
Os Estados Unidos já têm mais casos diagnosticados do que a soma dos dois países europeus mais afetados pelo coronavírus, Itália e Espanha. As projeções falam de 100 mil a 240 mil mortes no país mesmo com a adoção das medidas de distanciamento social, que Trump estendeu até 30 de abril.
De acordo com especialistas, a demora no processo dos testes para detectar a Covid-19 deu a falsa impressão de que o perigo ainda não havia chegado ao território americano e deixou autoridades e população inadvertidos por muito tempo, enquanto a transmissão acontecia exponencialmente.
Apesar do cenário preocupante, governadores de oito estados americanos relutam em declarar quarentena. Algumas igrejas, em vários estados, também foram contra a orientação dos especialistas de evitar aglomerações e fizeram grandes cultos no Domingo de Ramos, celebrado pelos cristãos..
O primeiro paciente com coronavírus nos Estados Unidos foi diagnosticado em 20 de janeiro. O presidente Donald Trump declarou estado de emergência nacional em 13 de março. Menos de duas semanas depois, o país registrava mais de 83 mil casos, tornando-se o epicentro do novo coronavírus.
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