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Macron saúda John Lewis, defensor de direitos civis nos EUA, morto aos 80 anos

18/07/2020 09h03

John Lewis, o pacifista defensor dos direitos civis dos negros que marchou com Martin Luther King Jr. e foi congressista durante décadas, morreu aos 80 anos, anunciou nesta sexta-feira (17) a Câmara de Representantes dos Estados Unidos

Com informações da correspondente da RFI em Nova York, Loubna Anaki, e da AFP

Nas fotos em preto e branco da histórica marcha de Selma a Montgomery, em 1965, John Lewis está sempre ao lado de Martin Luther King. Em Washington, é ele quem fala à multidão antes de King pronunciar o célebre discurso "Eu tenho um sonho". Na época, era um jovem. Agredido pela polícia, preso várias vezes por seu combate, Lewis era um dos últimos sobreviventes do círculo íntimo de Martin Luther King.

Filho de meeiros, Lewis foi um dos mais jovens integrantes dos "Viajantes da Liberdade", que lutaram contra a segregação racial no sistema de transporte público dos Estados Unidos, no início dos anos 1960, e se tornou uma das vozes mais poderosas da defesa da justiça e da igualdade.

Deputado pela Georgia desde 1986, ele era respeitado tanto por democratas quanto por republicanos. No Congresso, Lewis continuou seu combate pela justiça social e contra o racismo. Nos últimos anos, se tornou um dos mais fervorosos opositores de Donald Trump. Ele se recusou a participar da cerimônia de posse do republicano e virou alvo frequente de tuítes raivosos de Trump.

Herói e titã dos direitos civis

Emmanuel Macron evocou John Lewis como um "herói". Pelo Twitter, o presidente francês elogiou "uma vida de combate pelos direitos cívicos" e que "muitos progressos foram conquistados graças a ele".

"Os Estados Unidos choram a perda de um dos maiores heróis de sua história", declarou a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em nota.

Pelosi descreveu Lewis, que não resistiu a um câncer de próstata, como "um titã do movimento dos direitos civis cuja bondade, fé e valentia transformaram nossa nação".