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UE prevê 50 milhões de doses para início da vacinação contra covid-19

Vacina da Pfizer: Europa deve iniciar vacinação no dia 27 - Shutterstock
Vacina da Pfizer: Europa deve iniciar vacinação no dia 27 Imagem: Shutterstock

Letícia Fonseca-Sourander

Correspondente da RFI em Bruxelas

22/12/2020 08h51

A Comissão Europeia autorizou ontem a primeira vacina contra a covid-19 e a campanha de imunização começa no próximo domingo (27) em diversos países do bloco europeu. Os ministros da Saúde do grupo se reúnem hoje para discutir detalhes dos planos de distribuição e vacinação nos 27 países comunitários. Até o fim do ano, a União Europeia irá distribuir 50 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que "a vacina do consórcio Pfizer-BioNTech estará disponível em todos os países da União Europeia ao mesmo tempo, nas mesmas condições". Os primeiros lotes da vacina contra a Covid-19 sairão em caminhões frigoríficos da gigante farmacêutica americana Pfizer em Puurs, na região da Antuérpia, na Bélgica.

A previsão é de que os países do bloco europeu recebam as doses iniciais do imunizante no próximo sábado, dia 26. Desta maneira, a vacinação na União Europeia deverá começar a partir do próximo domingo ou nos dias 28 e 29 de dezembro. O objetivo é que até o final do ano 50 milhões de doses da vacina, produzidas em conjunto com a alemã BioNTech, sejam colocadas no mercado, e outras 1,35 bilhão, durante 2021.

Apesar do impasse nas negociações pós-Brexit, os lotes de vacina que foram enviados para o Reino Unido no início do mês saíram desta mesma fábrica.

Escolta policial e drones

Na França, o plano do governo do presidente Emmanuel Macron - que está com Covid e despacha isolado em uma residência oficial de Versailles - prevê escolta policial para os caminhões frigoríficos que distribuirão a vacina no território francês, além de drones para garantir a segurança do transporte do imunizante.

Sob sigilo, 130 centros de distribuição na França irão estocar as doses da vacina em super-congeladores, já que o imunizante tem que ser conservado na temperatura de -70ºC. Na primeira fase da campanha de vacinação francesa, cerca de 1 milhão de pessoas serão vacinada, nos meses de janeiro e fevereiro.

Em toda a União Europeia, os primeiros a serem imunizados com a vacina da Pfizer-BioNTech, recém-aprovada "sob condições" pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), serão os profissionais de saúde e idosos que moram em casas de repouso.

Reunião dos ministros da Saúde europeus

Bruxelas reservou 200 milhões de doses, com uma opção de 100 milhões suplementares. A partir de janeiro de 2021, o fornecimento dos lotes do imunizante Pfizer-BioNTech contra a Covid-19 nos países do bloco europeu deve acontecer a cada 15 dias. O número de doses que cada Estado-membro da UE tem direito de adquirir é baseado em sua população.

Os ministros da Saúde da União Europeia se reúnem nesta terça-feira para discutir detalhes dos planos de vacinação nos 27 países comunitários. A população em geral só deve começar receber a vacina a partir de abril/maio do ano que vem. A meta é alcançar uma cobertura de 70% da população do bloco.

A UE tem a terceira maior população do mundo: cerca de 450 milhões de habitantes. A pandemia já matou 400 mil europeus e 1,7 milhão de pessoas no mundo.

Vacinas aguardam aprovação

De acordo com a Comissão Europeia, mais vacinas deverão ser aprovadas em breve, caso consigam provar que são seguras e eficientes. Provavelmente, a segunda vacina contra o novo coronavírus a receber o sinal verde da EMA será a do laboratório americano Moderna, em 6 de janeiro. O imunizante da Moderna já está sendo utilizado nos Estados Unidos desde 18 de dezembro.

Duas outras vacinas, as da AstraZeneca e da Johnson&Johnson, devem estar disponíveis no mercado europeu no primeiro trimestre de 2021. No entanto, ainda não há previsão de data para que a agência de medicamentos da Europa avalie o equilíbrio entre riscos e benefícios destas vacinas.

Bruxelas também assinou contrato com o laboratório francês Sanofi e o alemão CureVac, ambos aguardando aprovação da autoridade reguladora.