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Termina festa clandestina que reuniu 2.500 pessoas no norte da França

Em Paris, na França, a celebração de Ano Novo foi marcada por restrições e policiais patrulhando a avenida Champs Elysees - CHARLES PLATIAU/REUTERS
Em Paris, na França, a celebração de Ano Novo foi marcada por restrições e policiais patrulhando a avenida Champs Elysees Imagem: CHARLES PLATIAU/REUTERS

02/01/2021 09h31

Enquanto o governo francês tenta controlar a epidemia de covid-19 e controlar as contaminações, muitos franceses parecem não se importar com as aglomerações. A festa rave clandestina de Réveillon que começou na quinta-feira (31) e reuniu 2.500 pessoas perto de Rennes, no oeste do país, acabou só neste sábado (2).

Já era dia quando o som foi interrompido e os convidados começaram a deixar os dois galpões abandonados em Lieuron, no oeste do país, onde ocorreu o evento. "Não houve intervenção da polícia", explicou a prefeitura de Ille-et-Vilaine. Porém, os agentes controlavam as saídas da festa. Centenas de pessoas foram multadas por desrespeitar o toque de recolher e o uso obrigatório de máscaras.

Numa coletiva de imprensa no fim da manhã deste sábado, o prefeito Emmanuel Berthier afirmou que mais de 800 "delitos covid" foram registrados e foram aplicadas centenas de multas, principalmente envolvendo o uso de narcóticos. Mas esse número deve aumentar, segundo informou, já que ainda havia muita gente para passar pelo controle.

O prefeito também admitiu que vários caminhões conseguiram fugir do local da festa durante a noite, derrubando uma cerca. Após o incidente, a polícia entrou no hangar onde se reuniam os convidados e então " apreendeu alto-falantes, toca-discos e geradores".

Apesar das medidas sanitárias em vigor no país, as forças de segurança não conseguiram impedir a realização da festa na noite de Ano Novo. Ao chegarem ao local do evento, que reunia franceses de diversas regiões do país e do exterior, os agentes foram hostilizados com violência pelos organizadores. Uma viatura foi incendiada e alguns policiais tiveram ferimentos leves.

O comandante da polícia na região da Bretanha, general Pierre Sauvegrain, confirmou que investigações foram abertas para identificar e processar os organizadores da festa. O Ministério Público de Rennes abriu um inquérito sobre organização ilegal de reunião festiva e violência intencional contra pessoas com autoridade pública.

O Diretor-Geral da Agência Regional de Saúde (ARS) Brittany Stéphane Mulliez, convocou os participantes da festa rave a se isolarem por sete dias, como medida preventiva, antes de realizarem um teste PCR para diagnosticar o coronavírus. "Devemos considerar que todos os participantes desta 'festa rave' foram expostos", disse ela, denunciando um "comportamento irresponsável do ponto de vista da saúde pública".

Um balanço geral da noite de réveillon na França aponta que foram realizadas 662 prisões, enquanto 6.650 pessoas foram autuadas por descumprimento do toque de recolher.

6 mi de franceses devem obedecer toque de recolher mais rigoroso

A partir deste sábado, os moradores dezenas de departamentos da França deverão respeitar um toque de recolher mais cedo, às 18, enquanto no resto do país a medida continua sendo aplicada das 20h às 6h. São eles: Hautes-Alpes, Alpes-Maritimes, Ardennes, Doubs, Jura, Marne, Haute-Marne, Meurthe-et-Moselle, Meuse, Moselle, Nièvre Haute-Saône, Saône-et-Loire, Vosges e Territoire de Belfort.

A maioria fica na parte leste do país, onde alguns prefeitos exigiam medidas mais restritivas para conter a pandemia. "Se a situação piorar ainda mais em alguns territórios, tomaremos as decisões necessárias", alertou o porta-voz do governo, Gabriel Attal.