Justiça britânica nega pedido de liberação de Julian Assange
Dois dias após recusar a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, a Justiça britânica negou, nesta quarta-feira (6), o pedido dos advogados do fundador do Wikileaks por sua liberação.
A juíza Vanessa Baraitser disse que existem "sérios motivos para acreditar que se Julian Assange fosse colocado em liberdade hoje, ele não se apresentaria ao Tribunal para os procedimentos de recurso".
Transferido a Westminster Magistrates Court de Londres desde a prisão de alta segurança de Belmarsh, onde está preso, Assange apareceu nesta quarta-feira para ouvir a decisão de terno escuro e usando máscara. A acusação mostrou evidências de que o hacker tinha "recursos" para fugir, destacando a oferta de asilo político oferecida pelo México.
Acusações
O australiano de 49 anos é acusado de espionagem pelos Estados Unidos, que pediram sua deportação. Na segunda-feira (4), a solicitação da Justiça americana foi negada pela juíza Baraitser, devido ao forte risco de suicídio de Assange. As autoridades americanas afirmaram que vão recorrer da decisão britânica. Os advogados de Assange pediram que ele esperasse o procedimento em liberdade.
O WikiLeaks publicou centenas de milhares de documentos confidenciais que deixaram Washington em uma situação delicada. Os Estados Unidos alegam que o australiano colocou em perigo as vidas de seus informantes, com a publicação dos documentos secretos sobre as ações militares americanas no Iraque e Afeganistão.
Os relatórios revelaram atos de tortura, mortes de civis e outros abusos. Mas, para o comitê de apoio a Assange, "as acusações com motivação política representam um ataque sem precedentes à liberdade de imprensa".
A defesa do fundador do WikiLeaks também denuncia que o presidente americano, Donald Trump, queria transformá-lo em um castigo "exemplar" em sua "guerra contra os jornalistas investigativos" e que Assange não teria um julgamento justo nos Estados Unidos.
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