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Deputada trumpista é sancionada por disseminar teorias conspiratórias nos EUA

Deputada Marjorie Taylor Greene é defensora de Trump e representante do grupo conspiratório QAnon - Jonathan Ernst/Reuters
Deputada Marjorie Taylor Greene é defensora de Trump e representante do grupo conspiratório QAnon Imagem: Jonathan Ernst/Reuters

Éric de Salve

São Francisco

05/02/2021 09h45

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos excluiu nesta quinta-feira (4) a deputada Marjorie Taylor Greene, partidária do ex-presidente Donald Trump, das duas comissões que integrava na casa. A sanção foi adotada após uma polêmica criada por declarações conspiracionistas da congressista, que semearam discórdia na casa.

Marjorie Taylor Greene, representante do Estado da Geórgia, foi excluída das comissões de Educação e do Trabalho. Durante os debates sobre a sua eventual sanção, Steny Hoyer, número dois da bancada democrata na Câmara, atravessou o plenário exibindo um cartaz com um dos posts polêmicos da deputada republicana no Facebook. A foto mostra a trumpista com um fuzil AR-15, ameaçando três deputados democratas.

"Nunca tinha visto isso na minha vida", comentou Steny Hoyer, representante de Maryland desde 1982. A decisão de excluir um parlamentar de uma comissão também é raríssima. A votação seguiu em grande parte as linhas partidárias com 230 parlamentares a favor e 199 contra. Entre os 219 democratas que apoiaram a exclusão, está Corie Bush, uma progressista que foi eleita em novembro passado ao mesmo tempo que Marjorie Taylor Greene. "Não podemos construir um sistema educativo justo e antirracista se uma integrante da comissão de Educação incita a violência", afirmou Bush.

Negação do 11 de setembro

Os democratas, que são maioria na Câmara dos Representantes, condenaram várias declarações de Marjorie Taylor Greene. Nas redes sociais, ela apoiou pedidos de morte contra a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, negou os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, chamou o tiroteio na escola de Parkland, na Flórida, de encenação, além de promover o grupo conspiracionista QAnon, movimento de extrema direita que defende a existência de uma suposta "elite" composta por pedófilos satanistas.

No momento do debate no plenário da Câmara, a deputada voltou atrás em algumas dessas declarações negacionistas. "Os tiroteios nas escolas são uma realidade e, também quero dizer, que o 11 de setembro realmente aconteceu", afirmou. Mas seu arrependimento por espalhar desinformação não foi suficiente.

Onze deputados republicanos votaram a favor da sanção e 199 defenderam Marjorie Taylor Greene, que continua tendo o apoio de Donald Trump e é extremamente popular junto à sua base eleitoral.