China começa sua campanha de doação de vacinas para países africanos
A Guineia Equatorial foi o primeiro país africano a receber doações de vacinas desenvolvidas por laboratórios chineses. Desde maio do ano passado, a China reitera que quer transformar seus imunizantes em bens públicos mundiais.
O governo da Guiné Equatorial anunciou nesta quinta-feira (11) que recebeu da China 100 mil doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinopharm. De acordo com o site do governo do país africano, o carregamento foi recebido na quarta-feira (10) no aeroporto da capital Malabo pelo vice-presidente Teodoro Nguema Obiang Mangue.
A embaixadora da China em Malabo, Qi Mei Mei, sublinhou que a entrega destas 100 mil doses da vacina "vem consolidar a vontade de ambos os governos de colaborar permanentemente" e de "darem as mãos para combater o coronavírus".
O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou em maio, durante a 73ª Assembleia Mundial da Saúde da OMS, que distribuiria vacinas para países em dificuldade, principalmente na África, mas até agora a entrega de imunizantes tinha atrasado, em grande parte por falta de homologação para uso fora do país. Pequim afirma que a vacina da Sinopharm é 79% eficaz contra o novo coronavírus, mesmo se os resultados dos testes clínicos não foram publicados.
Em Outubro, Liu Jingzhen, presidente da Sinopharm, disse a 50 diplomatas africanos que visitaram uma fábrica da farmacêutica, na China, que uma vez desenvolvida a vacina, a empresa tomaria a "liderança" na distribuição do imunizante aos países africanos.
A Guiné Equatorial, um pequeno país produtor de petróleo que tem 1,3 milhões de habitantes, anunciou oficialmente 5.614 casos de Covid-19 e 87 mortes. O governo guineano vai lançar a primeira fase de um plano de vacinação com a administração de duas injeções a 50.000 pessoas prioritárias: profissionais da Saúde, cidadãos com problemas graves de saúde e funcionários que trabalham nas fronteiras do país.
Projeção no continente africano
Outro país africano que deve receber doses da vacina chinesa até março é o Zimbábue. A ministra da informação Monica Mutsvangwa precisou na quarta-feira (10) durante uma coletiva com a imprensa que um avião seria enviado ainda esta semana para o transporte das vacinas. O país deve receber 800.000 doses da China, entre elas, 200.000 serão doadas.
O Zimbábue, um país com um sistema de saúde colapsado e a economia arrasada, conta oficialmente 35.000 casos de Covid-19 e mais de 1.300 mortes. O governo previu um orçamento de US$100 milhões para a vacinação contra o coronavírus, que será gratuita, com o objetivo de imunizar 10 milhões de pessoas, aproximadamente dois terços da população. O país também espera vacinas da Índia, via União Africana (UA) e o sistema Covax, dispositivo organizado pela OMS para uma distribuição igualitária das vacinas.
Na guerra para ganhar projeção no continente africano, o produtor russo de diamantes Alrosa também prometeu doar a vacina russa Sputinik V, sem precisar a quantidade, segundo mensagem no Twitter do porta-voz do governo zimbabuano, Nick Mangawa. A mesma promessa foi feita a Angola, país produtor de petróleo.
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