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Índia: ajuda internacional começa a chegar para lutar contra a catástrofe causada pela covid-19

Funcionários descarregam equipamentos médicos vindos do Reino Unido em aeroporto de Nova Déli, na Índia - AFP/ Foreign, Commonwealth & Development Office
Funcionários descarregam equipamentos médicos vindos do Reino Unido em aeroporto de Nova Déli, na Índia Imagem: AFP/ Foreign, Commonwealth & Development Office

27/04/2021 05h12

A ajuda internacional prometida à Índia, atingida por uma segunda onda epidêmica devastadora, começou a chegar com as primeiras remessas de equipamentos médicos e oxigênio da Grã-Bretanha a Nova Déli na manhã de hoje.

A Índia anunciou 352.991 novas infecções e 2.812 mortes ontem. Profissionais de saúde e familiares de pacientes buscam desesperadamente suprimentos de oxigênio e vagas em hospitais.

Os primeiros carregamentos de ajuda médica britânica que chegaram incluem 100 ventiladores e 95 concentradores de oxigênio, disse o Ministério das Relações Exteriores da Índia.

O porta-voz do ministério, Arindam Bagchi, postou fotos do material sendo descarregado de um voo da Lufthansa em Déli, saudando um exemplo de "cooperação internacional".

A Grã-Bretanha, um dos muitos países a anunciar ajuda para o sistema sobrecarregado de saúde da Índia, está enviando mais de 600 unidades de equipamentos médicos vitais.

Um total de nove contêineres aéreos carregados com suprimentos, incluindo 495 concentradores de oxigênio, 120 respiradores não invasivos e 20 respiradores manuais, serão despachados esta semana, de acordo com o Alto Comissariado Britânico em Nova Déli.

França manda unidades de produção de oxigênio

Por sua vez, a França esclareceu a natureza de sua "operação de solidariedade", que deve chegar à Índia até o final da semana.

A ajuda inclui oito unidades de produção de oxigênio médico por gerador, recipientes de oxigênio liquefeito - cinco dos quais serão entregues inicialmente -, tornando possível o fornecimento de oxigênio médico a até 10 mil pacientes ao longo de um dia, bem como equipamento médico especializado, incluindo 28 respiradores.

As unidades de produção de oxigênio são instalações permanentes que "permitem tornar um hospital indiano autônomo em oxigênio durante dez anos", explicam as autoridades francesas em um comunicado de imprensa.

A União Europeia comprometeu-se a fornecer "assistência" à Índia através do seu Mecanismo Europeu de Proteção Civil. A chanceler alemã, Angela Merkel, também anunciou ajuda emergencial.

A Alemanha também fornecerá equipamento médico "o mais rápido possível" e doará uma usina de oxigênio para a Índia do Bundeswehr, o exército alemão, de acordo com fontes diplomáticas alemãs em Déli.

"Deve ser transportado o mais rápido possível para a Índia a bordo de um avião da Força Aérea Alemã, porque é um equipamento pesado e muito perigoso", disseram as mesmas fontes à AFP.

Os Estados Unidos, após uma conversa telefônica ontem entre o presidente Joe Biden e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, se comprometeram com a ajuda de emergência, incluindo, em particular, componentes para a produção de vacinas, equipamentos de proteção, testes de diagnóstico rápido ou respiradores. Washington também estuda a possibilidade de enviar suprimentos de oxigênio.

Segundo o economista e especialista em Índia, Jean-Joseph Boillot, entrevistado pela RFI, a principal preocupação do primeiro-ministro, Narendra Modi, é a vitória de seu partido, o BJP, nessas eleições. A sua gestão da pandemia é comparada com a do presidente brasileiro. "Há pânico, há uma catástrofe cuja principal responsabilidade, como no Brasil de Jair Bolsonaro, está ligada, na Índia, a Narendra Modi e aos fundamentalistas nacionalistas hindus", avalia o economista francês.

(com informações da AFP)