"Cinema é uma forma de pôr Brasil no mundo", diz brasileiro com curta premiado em Cannes
Rodrigo Ribeyro, 24 anos, ficou em terceiro lugar na premiação de curtas da Cinéfondation, ligada ao Festival de Cinema de Cannes, com o curta "Cantareira".
"Cantareira" é a história de Bento, originário da Serra da Cantareira, ao norte da cidade de São Paulo. Ele tenta a vida no centro da capital, mas não se adapta e volta para casa. O filme acompanha esse retorno de Bento à casa e à família. O curta é um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) da Academia Internacional de Cinema, em São Paulo.
Para Rodrigo, uma das consequências de estar em Cannes "é a potencialização das pessoas envolvidas". Ou seja, o de "empoderar" quem faz cinema no Brasil, uma ocasião para se "sentir forte", com filmes majoritariamente europeus.
"Mesmo com condições bem adversas, comparadas com às da 'galera' aqui, a gente consegue vir e ganhar um prêmio", diz Rodrigo. "'Cantareira' é um curta que só existe por causa de trabalho voluntário. "Isso por um lado é muito bonito, mas não é o ideal. As pessoas deveriam receber pelo que fazem - e bem", diz o cineasta.
"O cinema brasileiro se comprova e se renova constantemente como uma potência, mesmo lidando repetidamente com governos que tolhem a nossa criatividade", declara Ribeyro.
Pandemia aumenta incertezas
A pandemia acentua as dificuldades, diz Rodrigo. "As pessoas estão deprimidas", diz. Ele cita casos de pessoas que tiveram projetos aprovados por editais, mas que não conseguiram receber verbas. O cineasta lamenta, ainda, o fechamento da cinemateca, que guarda a memória do audiovisual, "de onde a gente vêm e para onde a gente vai".
"É preciso gostar muito de cinema para trabalhar nesse contexto", acrescenta.
Indignação
A situação política no pais deixa o cineasta indignado. "Espero que esse cara saia e que entre alguém que respeite o cinema. Eles não sabem ou fingem que não sabem - cinema é extremamente importante no contexto político".
Para Rodrigo, cinema é uma forma de "softpower" muito bem utilizado por americanos e europeus. "Eles sabem da influência que o cinema tem, que isso ajuda a colocar um país no mundo".
Para ele é importante circular através do cinema pelo mundo, para "ser autônomo, soberano da nossa cultura e de nossa história".
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