França simplifica vacinação de crianças e anuncia suspensão gradual de restrições contra ômicron
O passaporte da vacina entrará em vigor na França na próxima segunda-feira, 24 de janeiro, disse nesta quinta-feira (20) o primeiro-ministro Jean Castex. O Conselho Constitucional deve divulgar nesta sexta-feira seu parecer sobre o projeto de lei aprovado no Parlamento, mas o chefe do Executivo está confiante sobre um posicionamento favorável. O premiê anunciou duas etapas de suspensão das medidas restritivas adotadas com a explosão de casos ômicron e medidas para facilitar a imunização de crianças.
O premiê francês considera o passaporte da vacina - para maiores de 16 anos - uma ferramenta fundamental para o controle da pandemia e também um incentivo para aqueles que ainda não se imunizaram. Após intensos debates, o Parlamento aprovou no último domingo a versão final do documento, que só será concedido a quem estiver com o esquema vacinal completo, de acordo com os intervalos previstos entre as doses e o reforço.
Desde que o governo anunciou sua criação, mais de 1 milhão de pessoas que não tinham tomado a primeira dose contra a Covid-19 aceitaram a injeção, revelou o primeiro-ministro. Para manter essa dinâmica positiva, os não vacinados que se submeterem à primeira picada até 15 de fevereiro receberão como recompensa um passaporte vacinal válido por um mês e poderão acessar locais fechados mediante a apresentação de um teste negativo de 24 horas.
Embora o número de contaminações siga elevadíssimo no país - cerca de 425 mil casos positivos nas últimas 24 horas -, as hospitalizações em UTI continuaram a recuar lentamente na última semana. Segundo Castex, "a variante delta ficou para trás" e "as contaminações pela ômicron já dão sinais de inflexão nas regiões impactadas desde o final de dezembro por esta cepa muito mais transmissível".
O chefe de governo anunciou um calendário de suspensão das medidas de restrição em duas etapas. A partir de 2 de fevereiro, o porte de máscara será suspenso nas ruas. Estádios e salas de espetáculos poderão receber espectadores sem limite de capacidade. O trabalho remoto será suspenso nas empresas e repartições públicas.
No dia 16 de fevereiro, o consumo de alimentos e bebidas será novamente autorizado nos transportes, cinemas e salas de espetáculos. As casas noturnas poderão reabrir e o consumo de bebidas em pé, no balcão de bares e cafés, será liberado.
Diante da explosão de casos da ômicron, uma série de medidas de contenção foram adotadas pelas autoridades no final de dezembro. Os eventos em locais fechados foram limitados a 2 mil participantes e 5 mil ao ar livre. O trabalho remoto voltou a ser obrigatório ao menos três dias por semana.
Segundo cálculos do Instituto Pasteur, se nenhuma medida tivesse sido tomada naquela época, haveria o dobro de pacientes hospitalizados em janeiro.
Balanço positivo de testagem e vacinação
"Graças à vacinação, a França não precisou tomar medidas mais radicais, como um toque de recolher noturno ou o fechamento temporário das escolas", destacou o primeiro-ministro. Apesar das pressões que o governo recebeu, Castex disse que fez a escolha certa ao manter as escolas abertas. Reconhecendo que houve atropelos na aplicação dos protocolos sanitários, ele assinalou que "só 3,2% das salas de aula tiveram de ser fechadas desde 3 de janeiro" por causa da Covid-19.
Castex também defendeu a escolha do governo de continuar testando massivamente a população, apesar dos custos dessa estratégia para os cofres públicos. Cerca de 12 milhões de pessoas se testaram na semana passada, revelou o premiê, "um recorde", insistindo que a testagem continua necessária para conter a ômicron.
Vacinação de crianças será ampliada e simplificada
A França também decidiu facilitar a vacinação das crianças de 5 a 11 anos. Até agora, limitada aos centros de vacinação, as crianças desta faixa etária poderão ser imunizadas nas farmácias ou por enfermeiros liberais. A terceira dose, ou injeção de reforço, será ampliada para todos os adolescentes de 12 a 17 anos na semana que vem.
O primeiro-ministro insistiu que "a ômicron não é uma simples gripe, um vírus sem consequências para a saúde". Ele acredita que pelo menos 5 milhões de franceses contraíram a variante, talvez o dobro, porque diante dos sintomas mais leves, muitas pessoas sequer fizeram o teste.
"A quinta onda não acabou, mas as perspectivas são melhores", destacou o chefe de governo.
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