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Pequim encerra Jogos Olímpicos de Inverno em clima de alívio e vitória

20/02/2022 12h55

A China protagonizou o ato final dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 com uma cerimônia sóbria neste domingo (20). Depois de duas semanas de competições, os organizadores e o regime chinês podem respirar tranquilamente. Com nenhum grande escândalo e críticas abafadas, o encerramento ocorreu em um clima de alívio e vitória.

Como manda a tradição, foi o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, quem declarou "encerrado" o evento. Depois de um discurso de paz, a chama olímpica foi apagada na capital chinesa. 

O rígido esquema sanitário estabelecido pelas autoridades, dentro da política "Zero Covid" da China, parece ter dado certo. Por medida de segurança, os menos de 100 mil espectadores foram divididos entre as 13 áreas e as 109 competições, o que tornou essa edição um tanto morosa e silenciosa. 

Para muita gente, a exigência de máscara e de testes negativos, além das restrições de deslocamentos, atrapalharam o clima dos jogos. No entanto, o rigor evitou o registro de casos positivos nos últimos dez dias, protegendo os atletas e a população.

Polêmicas apaziguadas

A expectativa era que essa edição dos Jogos de Inverno ficassem marcadas por polêmicas. O tom político roubou a cena antes mesmo do início do evento, quando vários países ocidentais se recusaram a enviar representantes oficiais para a cerimônia de abertura, em protesto à situação da minoria uigur. 

No início das competições, a utilização de neve artificial, extremamente criticada por ambientalistas, também ameaçou o espírito olímpico. No entanto, a previsão do tempo colaborou e a neve voltou a cair em Pequim, esfriando os ânimos. 

O escândalo envolvendo o doping da patinadora russa Kamila Valieva, de 15 anos, também não estragou as Olimpíadas de Inverno. A adolescente pôde competir mesmo com o teste positivo à trimetazidina, um medicamento proibido pela Agência Mundial Antidoping desde 2014. A decisão sobre a manutenção das vitórias da jovem caberá finalmente ao COI, poupando a organização dos jogos de qualquer responsabilização.

Recorde de medalhas

O presidente chinês, Xi Jinping, garantiu que a quantidade de medalhas da delegação nacional não era o mais importante. Mas duas semanas após o início das competições, o país comemora o recorde de medalhas. Foram quinze pódios e nove medalhas de ouro, um resultado que destronou o rival Estados Unidos, que ficou com 25 pódios e oito ouros. 

A simpatia do mascote Bing Dwen Dwen e as acrobacias da esquiadora Eileen Gu, a nova estrela do esporte chinês, também contribuíram para amaciar as críticas. Nascida na Califórnia, de um pai americano e uma mãe chinesa, a jovem escolheu em 2019 representar a China, tornando-se um ícone no país.

Gao Tingyu, o primeiro chinês a conquistar um título olímpico na patinação de velocidade no gelo, também entra para a história desses jogos. Junto a Mengtao Xu, campeã no salto acrobático, eles atraíram os holofotes e muitos aplausos ao desfilar neste domingo carregando a bandeira da China, no encerramento do evento.

No final da cerimônia no Estádio Nacional de Pequim, os atletas puderam ter uma palinha das festividades que os esperam para a edição 2026, na Itália. As cidades de Milão e Cortina sediarão os próximos Jogos Olímpicos de Inverno, com a esperança de uma volta total à normalidade.