Covid: Com casos em alta, Reino Unido lança campanha da 4ª dose de vacinação
Com os números de contaminações diárias em alta acelerada, o Reino Unido dá início, nesta segunda-feira (21), a nova rodada de vacinação contra a covid-19. Por enquanto, a quarta dose será oferecida a pessoas acima de 75 anos e imunodeprimidos com mais de 12 anos. Cinco milhões de pessoas estão sendo convocadas pelo governo, sendo 600 mil somente nesta semana.
A segunda dose de reforço chega num momento em que a Covid-19 volta a ser motivo de grande preocupação, embora a doença pareça ter perdido destaque no noticiário para a Guerra na Ucrânia.
Uma em cada 20 pessoas está infectada no país, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês), o IBGE britânico. Na Escócia, uma em cada 14 teve resultado positivo para a doença — um recorde desde o início da pandemia. Para se ter uma ideia, 5% da população na Inglaterra, ou 1,5 milhão de pessoas, tiveram Covid-19 somente na semana que terminou no dia 12 de março.
Fim de restrições
O vírus volta a avançar a passos acelerados por algumas razões importantes. A primeira se deve ao fato de que a sub-variante BA.2, dominante no país atualmente, é 30% mais contagiosa do que a ômicron, de acordo com especialistas.
Além disso, desde fevereiro já não há qualquer restrição sanitária em vigor no Reino Unido. O uso de máscaras (em locais abertos ou fechados) deixou de ser obrigatório desde então.
Acabaram também as exigências de quarentena não só para quem teve contato com pessoas contaminadas, como também para os próprios infectados. Outra questão relevante é que a imunidade deste grupo que está sendo chamado para a nova dose de reforço a partir desta segunda-feira estava em queda. Isso porque essas pessoas tomaram o primeiro reforço, ou a terceira dose da vacina, há seis meses.
Os dados oficiais indicam que o número de novos casos entre a população com mais de 70 anos é recorde. Mas essa não é a única preocupação dos especialistas que aconselham o governo britânico. A disparada nas infecções pode significar o início de uma nova onda. Escolas já temem a falta de funcionários para a fase de preparação dos alunos do pré-vestibular. E o próprio sistema de saúde gratuito nacional (o NHS, na sigla em inglês) começa a registrar falta de pessoal, em licença médica, num momento em que o número de hospitalizações também volta a subir.
Existe uma expectativa de que os adultos acima de 50 anos poderão receber sua quarta dose nos próximo seis meses. Mas ainda não é oficial.
Ucrânia
O governo continua acompanhando os números e tratando a Covid-19 como uma doença endêmica. Aliás, a partir do mês que vem, deixa de distribuir os kits de testes caseiros gratuitos à população.
Eles passarão a ser vendidos individualmente e serão pagos — o que já foi motivo de questionamento, uma vez que o custo de vida no país continua subindo. O temor é que, sem eles, muita gente simplesmente deixe de se testar. O que certamente dificultará o trabalho do governo de monitorar o avanço da doença.
Outro problema é que, com o noticiário concentrado nos desdobramentos da guerra na Ucrânia e sem restrições sanitárias em vigor, as pessoas baixaram a guarda como se a pandemia tivesse acabado.
Por sinal, o novo foco do noticiário beneficia a posição política do primeiro-ministro Boris Jonhson, que vinha sob pressão cerrada da classe política e da população diante das investigações sobre o seu comportamento e o de funcionários ligados ao gabinete durante a pandemia. Ninguém mais parece muito preocupado com os escândalos das festinhas regadas a bebidas no ano passado, enquanto todos estavam confinados ou sob regras sanitárias duríssimas.
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