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Netanyahu forma governo mais ultraconservador da história de Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante entrevista coletiva - 13.mai.2021 - Yuval Chen/Pool/AFP
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante entrevista coletiva Imagem: 13.mai.2021 - Yuval Chen/Pool/AFP

22/12/2022 07h02Atualizada em 22/12/2022 07h44

O líder israelense Benjamin Netanyahu anunciou, nesta quarta-feira (21), a formação de um governo com aliados ultraortodoxos e de extrema direita. Ele retorna ao poder para dirigir a coalizão mais à direita da história de Israel.

O Likud, partido de Netanyahu, terminou em primeiro lugar nas eleições legislativas de 1º de novembro - as quintas realizadas no país em três anos e meio.

Nestas eleições, o Likud obteve 32 assentos na Knesset, o Parlamento israelense, enquanto seus aliados ultraortodoxos obtiveram 18 e a aliança Sionismo Religioso, 14 - um recorde para a extrema direita.

Após o pleito, o presidente encarregou Netanyahu de formar o governo, e ele então iniciou as discussões com seus aliados para distribuir as pastas ministeriais.

Netanyahu, de 73 anos, que enfrenta acusações de corrupção na Justiça, foi o chefe de governo mais longevo da história de Israel. Ele dirigiu o país de 1996 a 1999 e depois de 2009 a 2021.

Em 2021, foi derrotado por uma coalizão ideologicamente dispersa, com de nacionalistas judeus de direita a políticos árabes-israelenses, que acabou perdendo um ano depois.

O primeiro-ministro eleito tinha até 11 de dezembro para anunciar o novo Executivo, mas pediu uma prorrogação de duas semanas, o máximo previsto pela legislação. O presidente Herzog lhe concedeu apenas um prazo adicional de 10 dias.

Analistas consideram que o governo será o mais à direita da história do país por incluir os dois partidos ultraortodoxos, Judaísmo Unificado da Torá (UJT) e Shass (sefardita), e os três partidos da extrema direita: Sionismo Religioso, Força Judaica e Noam.

Distribuição de cargos

Inicialmente, não estava claro quando o novo governo assumiria o poder, embora Netanyahu tenha dito a Herzog que pretendia fazê-lo "o quanto antes".

O feriado judaico de Hanukkah pode atrasar o processo. O Parlamento também tem tarefas pendentes e planeja aprovar leis para contornar esse obstáculo. Netanyahu e seus aliados controlarem 64 das 120 cadeiras.

A expectativa era de Netanyahu formasse um governo logo após a eleição, dada a afinidade ideológica do Likud com seus aliados de direita, mas as negociações se arrastaram. O premiê teve então que equilibrar as demandas de altos cargos no gabinete, alguns dos quais ele se viu obrigado a ceder.

A Aryeh Deri, líder do partido Shass, foram prometidas as pastas do Interior e da Saúde, mas segundo a procuradora-geral, Gali Baharav-Miara, Deri não pode servir no gabinete devido a condenações fiscais.

Entre suas medidas mais controversas está a promessa de entregar o Ministério da Segurança Nacional ao chefe do partido Força Judaica, Itamar Ben Gvir, conhecido por criticar os árabes.

Ben Gvir também deve assumir a polícia de fronteira, que apoia o Exército na Jerusalém Oriental anexada e na Cisjordânia ocupada. Ele foi acusado de aumentar as tensões e pediu às forças de segurança que usassem mais força para conter os distúrbios palestinos.

(Com informações da AFP)