Mulher e filhos de Pedro Castillo desembarcam no México por asilo político
A família do presidente destituído do Peru, Pedro Castillo, desembarcou nesta quarta-feira (21) no México, consolidando o asilo político oferecido pelo presidente Andrés Manuel López Obrador.
A ex-primeira dama, Lilia Paredes, e seus dois filhos deixaram Lima durante a madrugada ao lado do embaixador mexicano, Pablo Monroy.
A viagem aconteceu horas após o governo peruano ter concedido um salvo-conduto para que a família de Castillo pudesse deixar o país. Lilia Paredes é investigada pelo Ministério Público peruano como coordenadora de uma suposta organização criminosa liderada pelo marido.
Castillo está em prisão preventiva desde que tentou dar um golpe de Estado no início de dezembro e foi destituído de seu cargo pelo Congresso. Desde então, as ruas do Peru foram tomadas por manifestações questionando o governo de Dina Boluarte, que assumiu o poder.
Segundo a imprensa peruana, Paredes chegou à Cidade do México nesta quarta pela manhã. "Nosso país honrou sua tradição de asilo", indicou o chanceler mexicano Marcelo Ebrad ao jornal La Republica.
A chanceler peruana, Ana Cecilia Gervasi, ressaltou que o governo peruano se reserva o direito de solicitar a extradição de Paredes, se a Justiça local exigir a qualquer momento.
Crise diplomática
O episódio aumentou a tensão diplomática entre o Peru e o México. O governo peruano considera o apoio de Obrador a Castillo como uma "interferência" nos assuntos internos do país. Como um novo passo na escalada da crise, o embaixador do México em Lima, Pablo Monroy, foi declarado "persona non grata" na terça-feira e tinha "72 horas para deixar" o território peruano.
Monroy, que viajou com Paredes, deixou suas funções em Lima ontem. A delegação diplomática mexicana ficará a cargo da primeira secretária, Karla Ornelas.
Eleições antecipadas para 2024
Na tentativa de acalmar a crise no país, o Congresso do Peru aprovou ontem a antecipação das eleições gerais de 2026 para 2024.
A reforma, aprovada por 93 legisladores, prevê que a atual governante, Dina Boluarte, entregue o mandato ao ganhador do novo pleito em julho de 2024.
A presidente, cuja renúncia está entre as exigências dos protestos que abalaram o país nas últimas semanas, garante que está disposta a deixar o poder no segundo semestre de 2024.
Para entrar em vigor, a reforma deverá ser ratificada em uma nova votação nos próximos meses.
De acordo com pesquisas de opinião, 83% da população é favorável ao adiantamento do pleito como uma solução para resolver a crise.
(Com informações da AFP)
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