67 corpos são resgatados de avião que caiu no Nepal; cinco pessoas permanecem desaparecidas
Pelo menos 67 pessoas morreram neste domingo (15) após a queda de um avião no centro do Nepal, na pior catástrofe aérea do país desde os anos 1990. Cinco passageiros que estavam a bordo ainda não foram localizados.
O avião, um ATR 72 da companhia aérea Yeti Airlines, de fabricação francesa, saiu da capital, Katmandu, e caiu pouco antes das 11h locais (02h15 de Brasília), perto de Pokhara, Nepal, onde deveria pousar. "Trinta e um (corpos) foram levados para hospitais", disse à AFP o policial AK Chhetri, acrescentando que outros 36 foram encontrados no barranco onde a aeronave caiu.
A cidade de Pokhara é um importante ponto de passagem para peregrinos e montanhistas estrangeiros. Havia 72 pessoas a bordo, das quais 68 passageiros - entre eles 15 estrangeiros e seis crianças - e quatro tripulantes, segundo a Yeti Airlines. Uma argentina, identificada como Jannet Sandra Palavecino, de 58 anos, era mãe de duas filhas e natural da província de Neuquén, segundo o jornal La Nación.
Os demais estrangeiros eram cinco cidadãos indianos, quatro russos, dois coreanos, um australiano, um irlandês e um francês, disse o porta-voz da companhia aérea, Sudarshan Bardaula.
A fuselagem queimada do avião estava em um barranco de 300 metros de profundidade entre o antigo aeroporto de Pokhara, criado em 1958, e o novo terminal internacional da cidade, inaugurado em 1º de janeiro. Após o acidente, os socorristas tentaram apagar o fogo nos restos do avião.
À noite, no meio da vegetação carbonizada, soldados retiraram corpos dos destroços da aeronave com a ajuda de cordas e macas, verificou um jornalista da AFP.
'Como uma bomba'
Um representante das autoridades locais garantiu que "alguns sobreviventes" foram levados para o hospital, mas esta informação não foi confirmada pela Yeti Airlines, nem por outras autoridades.
Em comunicado divulgado em Toulouse, no sudoeste da França, a fabricante ATR especificou que se tratava de um modelo 72-500, acrescentando que seus especialistas estavam "totalmente comprometidos em apoiar tanto a investigação, quanto o cliente", a companhia aérea.
Num vídeo compartilhado nas redes sociais, cuja autenticidade a AFP não conseguiu verificar, o avião é visto voando baixo sobre uma área residencial antes de se inclinar de forma brusca para a esquerda, e então é ouvida uma forte explosão. "Estava andando quando ouvi uma forte explosão, como se uma bomba tivesse explodido", contou Arun Tamu, de 44 anos, que estava a cerca de 500 metros do local do impacto e que transmitiu um vídeo ao vivo nas redes com o que seriam restos do avião em chamas.
Falta de segurança
O setor aeronáutico do Nepal cresceu muito nos últimos anos, tanto no transporte de mercadorias quanto no de turistas. No entanto, devido à falta de treinamento da equipe e a problemas de manutenção, as empresas costumam sofrer com problemas de segurança. A União Europeia proibiu todas as transportadoras nepalesas de entrar em seu espaço aéreo.
O país do Himalaia também possui algumas das pistas mais remotas e de difícil acesso do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que tornam a aproximação desafiadora até mesmo para pilotos experientes. As companhias indicam que o Nepal não possui infraestrutura para estabelecer previsões meteorológicas precisas, principalmente nas regiões mais remotas e de relevo montanhoso, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos anos.
O acidente deste domingo é o que causou mais mortes no Nepal desde 1992, quando todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram após a queda da aeronave perto de Katmandu.
Com informações da AFP
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