Ilha italiana de Lampedusa recebe mais de 7 mil migrantes em 24h; governo pede ajuda
A ilha de Lampedusa, no sul da Itália, um dos principais pontos europeu para a chegada de migrantes vindos da África, recebeu mais de 7.000 pessoas nas últimas 24 horas. Um número recorde em tão pouco tempo. As autoridades dizem que as infraestruturas de acolhimento estão saturadas e pedem ajuda a Roma e à União Europeia.
"Nós chegamos a uma situação irreversível e a ilha está em crise", disse o prefeito de Lampedusa, Filippo Mannino, para descrever a gravidade da situação nas últimas horas na região. Na noite de quarta-feira (13), ele decretou estado de emergência e pediu ao Estado italiano e à Europa para que lancem "operações de apoio e de evacuação rápida".
Entre terça (12) e quarta-feira, mais de 7.000 migrantes, provenientes principalmente da Líbia e da Tunísia, chegaram, em centenas de embarcações, espontaneamente ou resgatados pela guarda costeira, no porto de Lampedusa.
A situação descrita pelas autoridades locais à imprensa italiana é "caótica" e "apocalíptica". A tensão entre exilados e polícia é grande e o centro de registro de recém-chegados trabalha muito além de sua capacidade. A ilha acolhe dez vezes mais migrantes que as vagas disponíveis. Milhares foram atendidos pela Cruz Vermelha, enquanto esperam uma transferência para o continente.
Reação da extrema direita
Políticos italianos reagiram à situação, entre eles o vice-presidente do Conselho de Ministros, Matteo Salvini, que disse que a chegada massiva de migrantes é "um ato de guerra" contra a Itália. O chefe da diplomacia Antonio Tajani alerta sobre uma crise migratória que deve piorar nos próximos meses e lançou um novo apelo a uma ação europeia para que a Itália não fique sozinha diante desta emergência.
Para a chefe de governo de extrema direita, Giorgia Meloni, a situação de Lampedusa confirma que a prioridade é impedir as chegadas na Itália, mais do que administrar a repartição de demandas de asilo entre países europeus.
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