Noboa vence eleições no Equador e se torna mais jovem presidente do país

O empresário Daniel Noboa venceu o segundo turno das eleições presidenciais no Equador neste domingo (15) e, aos 35 anos, tornou-se o presidente eleito mais jovem na história do país assolado pelo narcotráfico. Em um pleito marcado pela violência política, o milionário superou a advogada de esquerda Luisa González, apoiada pelo ex-presidente socialista Rafael Correa. 

 

Com informações de Marcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires, e agências

Com quase 96% das urnas apuradas, o empresário Noboa somou 52% dos votos contra 48% obtidos por González. Com fogos de artifício e buzinas de carros, os equatorianos celebraram a vitória em Quito. O resultado foi um dos piores reveses do "correísmo", que perdeu pela segunda vez consecutiva uma eleição presidencial após anos de popularidade.

"A partir de amanhã, começamos a trabalhar por este novo Equador (...) para reconstruir um país que foi gravemente afetado pela violência, corrupção e ódio", disse o presidente eleito na noite de domingo de sua casa em Olón, no sudoeste.

González reconheceu sua derrota e parabenizou o novo presidente, que chegou ao poder com o apoio de forças de direita, apesar de se definir como de centro-esquerda. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou a vitória de Noboa e registrou uma participação de 82,33% dos 13,4 milhões de equatorianos convocados para votação obrigatória.

A violência manchou a campanha: no total, oito líderes políticos foram assassinados. Fernando Villavicencio, um dos favoritos para o primeiro turno em 20 de agosto, foi baleado ao sair de um comício em Quito poucos dias antes da votação. Depois, sete dos presos envolvidos em seu assassinato foram mortos em diferentes prisões.

Desconhecido dos equatorianos

Noboa tem apenas dois anos de política. Ele foi eleito deputado em 2021, mas era praticamente desconhecido dos equatorianos até cinco meses atrás. O presidente Guillermo Lasso marcou uma reunião para esta terça-feira (17) como ponto de partida para a transição.

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O milionário é filho do magnata Álvaro Noboa, o mais rico do país e que tentou cinco vezes, sem sucesso, se tornar presidente do Equador. Ainda não há uma data confirmada, mas Daniel Noboa deve assumir a presidência em dezembro e governar até maio de 2025, quando prevê tentar a reeleição.

Esses cerca de 16 meses de governo servirão para completar o mandato do atual presidente Guillermo Lasso, que dissolveu o Parlamento para evitar um impeachment. A manobra é constitucional, mas implica sacrificar o próprio cargo.

Noboa terá o desafio de tirar o país da rota do crime organizado e, sobretudo, dos carteis do México e da Colômbia. Em apenas cinco anos o Equador, uma das nações mais pacíficas da América Latina, se tornou em um das mais violentas da região. 

Mas, antes disso, o presidente eleito terá de lidar com os efeitos do El Niño. A partir do mês que vem fenômeno climático deve fazer estragos que terão forte repercussão na já fragilizada economia equatoriana. 

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