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Netanyahu nega acordo para trégua em Gaza em troca de libertação de reféns

O jornal Washington Post informou neste sábado (18) que Israel, os Estados Unidos e o Hamas chegaram a um acordo de princípio para libertar dezenas de mulheres e crianças mantidas reféns em Gaza, em troca de uma pausa de cinco dias nos combates. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e a Casa Branca negaram a informação.

Conforme uma fonte próxima das negociações revelou ao diário, todos os lados suspenderiam os combates durante pelo menos cinco dias, enquanto "50 ou mais reféns seriam libertados em pequenos grupos, a cada 24 horas". O Hamas capturou cerca de 240 israelenses no ataque de 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos no sul de Israel.

Segundo o jornal, o acordo incluiria também a entrega significativa de ajuda humanitária para os habitantes da região palestina. O Post especifica que as grandes linhas do acordo foram objeto de semanas de negociações no Catar.

"Ainda não há acordo, mas continuamos a trabalhar arduamente para conseguir um", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, em um comunicado, após a publicação da reportagem.

Enquanto familiares dos reféns e milhares de simpatizantes chegaram a Jerusalém no sábado, no final de uma marcha de cinco dias para questionar o governo sobre o destino das vítimas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou, em uma coletiva de imprensa, que um acordo não havia sido alcançado.

"Em relação aos reféns, circulam muitos rumores infundados, muita informação errada. Quero que as coisas fiquem claras: no momento não há acordo. Mas quero fazer uma promessa: quando tiver alguma coisa a ser dita, nós avisaremos", disse, na noite deste sábado.

A possibilidade de uma trégua surge num momento em que o exército israelense parece preparar para ampliar a ofensiva contra o Hamas ao sul da Faixa de Gaza.

Biden pede reunificação de Gaza e Cisjordânia

Também neste sábado, em uma coluna no mesmo jornal, o presidente americano, Joe Biden, defendeu que Gaza e Cisjordânia "se reunifiquem" sob uma Autoridade Palestina "reforçada", enquanto, segundo Biden, "todos trabalhamos com vistas a uma solução de dois Estados", um palestino e um israelense.

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O presidente considera que "uma solução de dois Estados é a única forma de garantir a segurança a longo prazo" dos dois povos. Benjamin Netanyahu não rejeitou o plano de Biden, mas respondeu que a Autoridade Palestina "em sua forma atual, não é capaz de receber a responsabilidade de Gaza".

O presidente palestino, Mahmud Abbas, não condenou o ataque do Hamas e seus principais ministros o comemoram, ressaltou o premiê israelense. "Não podemos ter uma autoridade civil em Gaza que apoie o terror, incentive o terror, pague o terror e ensine o terror", assegurou.

Abbas, por sua vez, fez um apelo a Biden para que use sua "importante influência" sobre Israel "para que intervenha imediatamente para deter esta catástrofe humanitária, este genocídio contra nosso povo inocente".

No começo de novembro, o presidente palestino vinculou a volta da Autoridade Palestina à Faixa de Gaza a um "acordo político" que abranja também a Cisjordânia ocupada e Jerusalém oriental. "A Faixa de Gaza é parte integrante do Estado da Palestina, e assumiremos plenamente nossas responsabilidades no âmbito de uma solução política global", afirmou, ao receber em Ramallah o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Prédios da ONU atacados

Em campo, neste domingo, 15 palestinos foram mortos nesta manhã, incluindo pelo menos uma mulher e seu filho, durante bombardeios israelenses no centro e no sul da Faixa de Gaza.

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A Organização Mundial de Saúde solicitou a evacuação do hospital al-Chifa, o maior do território, e que se tornou uma "zona de morte", salientou a OMS. O hospital, alvo de ofensivas do exército israelense, foi qualificado como como "zona da morte" pela entidade. Neste sábado, havia 25 cuidadores no hospital, além de 291 pacientes, entre eles 32 bebês em estado crítico, 22 pacientes em diálise e dois em cuidados intensivos.

Bombardeios israelenses também atingiram um campo de refugiados palestinos no norte da Faixa de Gaza, incluindo duas escolas da agência da ONU para os refugiados. O Hamas afirma que pelo menos 80 pessoas morreram.

Tamara Al Rifai, porta-voz da agência, explicou, em entrevista à RFI que os estabelecimentos mantidos pelas Nações Unidas são claramente identificados com bandeiras e são protegidos pelo direito internacional humanitário. "A ONU informa a localização de todos os seus prédios e abrigos às autoridades israelenses e do Hamas. 154 escolas e outros prédios da agência de refugiados foram transformados em abrigos, onde mais de 800 mil pessoas buscam segurança e proteção em Gaza", disse, ao repórter Nicolas Falez.

Com informações da Reuters e AFP

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