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Cisjordânia: em Ramallah, nomeação do novo primeiro-ministro desagrada palestinos

A nomeação de Mohammad Mustafa como chefe de governo, após a renúncia de Mohammad Shtayyeh em fevereiro, não é novidade nas ruas de Ramallah.

"Isso não mudará nada", diz Ahmad, morador da cidade, "continuaremos a ter a mesma Autoridade Palestina: ilegítima, envelhecida e corrupta. Não temos uma democracia real. Não houve eleições legislativas desde 2007. Espero que no futuro, se conseguirmos realizar eleições, vejamos uma mudança real. Até o momento, isso não aconteceu", acrescenta.

O novo premiê é um economista que não faz ondas e é próximo de Mahmoud Abbas, o presidente palestino que permanece no poder e governa por decreto há anos. E mesmo que haja eleições, "de que adianta se os partidos representados são sempre os mesmos?", pergunta Bilal, outro jovem que trabalha em Ramallah.

"Se houver eleições palestinas, votarei apenas no povo. Hamas? Fatah? Não, obrigado. Somos todos parte do mesmo povo, portanto, basicamente, deveríamos ter o mesmo objetivo: não ter mais dinheiro, mais poder, mais carros. Na verdade, tudo o que queremos é nossa liberdade", acrescenta ele.

Tudo o que ele quer é "viver em paz, com direitos, todos os direitos que são respeitados quando se vive em outro país", diz o jovem, antes de acrescentar que não é isso que o novo primeiro-ministro provavelmente lhe trará.

Quem é o novo primeiro-ministro da Autoridade Palestina?

Mohammad Mustafa, 69 anos, antigo presidente do Fundo de Investimento da Palestina (PIF) e conselheiro de assuntos econômicos do Presidente Abbas, ocupou cargos importantes no Banco Mundial, em Washington, durante 15 anos.

O presidente palestino Mahmoud Abbas nomeou o economista Mustafa como o novo primeiro-ministro, após a renúncia do governo anterior em 26 de fevereiro. Mohammad Mustafa foi anteriormente ministro da Economia da Autoridade Palestina e assume seu cargo em meio à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

No final de fevereiro, o primeiro-ministro Mohammed Shtayyeh apresentou a renúncia de seu governo, argumentando que era necessária uma nova política que levasse em conta "a nova realidade na Faixa de Gaza" e a "necessidade urgente de um consenso interpalestino".

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