Após ataque com 10 mortos no Líbano, Hezbollah responde com foguetes contra Israel

O Hezbollah anunciou que disparou diversos foguetes do tipo Katyusha, neste sábado (17), contra uma localidade no norte de Israel. A ação foi uma resposta a um ataque aéreo israelense que, segundo as autoridades libanesas, deixou dez mortos, incluindo duas crianças, no sul do Líbano.

Este ataque, em Nabatieh, é um dos mais mortíferos desde a abertura pelo Hezbollah pró-iraniano de uma frente contra Israel em "apoio" ao Hamas, um dia após o início da guerra em Gaza, lançada em 7 de outubro.

Em um comunicado, o movimento islâmico armado que exerce uma influência preponderante no Líbano, afirmou ter "disparado salvas de foguetes Katyusha contra Ayelet HaShahar em resposta aos ataques do inimigo israelense, em particular ao que custou a vida de civis sírios" em Nabatieh.

Em Israel, sirenes de alerta de foguetes soaram em Ayelet HaShahar, e "cerca de 55 projéteis foram identificados vindos do Líbano, alguns dos quais caíram em terrenos baldios", disse o Exército em comunicado.

"Nenhuma vítima foi relatada, mas surgiram incêndios na área, que os serviços de emergência estão trabalhando para apagar", segue a comunicação.

Vítimas

No início do dia, dois soldados ficaram feridos, um deles gravemente, quando um foguete disparado do Líbano atingiu a região de Misgav Am, na fronteira norte de Israel.

Segundo o Ministério da Saúde libanês, "um ataque israelense" em Nabatieh "matou dez sírios, incluindo uma mulher e  seus dois filhos" e feriu cinco pessoas.

De acordo com a agência de notícias nacional libanesa ANI, o ataque teve como alvo uma "fábrica de blocos de concreto" numa zona industrial durante a noite. Os mortos eram refugiados e funcionários sírios e incluíam "o guarda da fábrica, sua esposa e filhos", disse.

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"Esta é uma instalação 100% civil", garantiu o proprietário da fábrica, Hussain Tohmaz, à AFPTV.

O Exército israelense afirmou ter atacado "um armazém de armas do Hezbollah" em Nabatieh, bem como "estruturas militares" do movimento islâmico nas regiões de Hanine e Maroun El Ras, no sul do Líbano, perto da fronteira com o país.

As trocas de tiros transfronteiriças entre o Hezbollah e Israel, quase diárias desde 8 de outubro, intensificaram-se após a morte, em 30 de julho, do líder militar do Hezbollah, Fouad Chokr, morto num ataque israelense em Beirute, um dia antes do assassinato, em Teerã, do chefe do Hamas, Ismaïl Haniyeh, atribuído a Israel pelo Irã e seus aliados.

Teerã e o Hezbollah ameaçaram Israel com represálias, aumentando o receio de uma escalada militar regional que a diplomacia internacional está tentando evitar, redobrando os esforços para um cessar-fogo em Gaza.

Desde 8 de outubro, a violência entre Israel e o Hezbollah deixou pelo menos 580 mortos no Líbano, a maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 128 civis, segundo uma contagem da AFP.

Em Israel e nas Colinas de Golã sírias ocupadas por Israel, 22 soldados e 26 civis foram mortos, segundo as autoridades israelenses.

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(Com AFP)

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