Marina Silva defende governo, mas divide responsabilidade com a sociedade
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu no UOL News desta quarta (11) as ações do governo federal no combate às queimadas que atingem o Brasil, mas afirmou que a sociedade precisa fazer a sua parte.
Tudo que precisava ser feito, a gente tá fazendo. Agora é preciso que a gente entre em uma lógica de a sociedade também se responsabilizar. Não tem como você dizer: 'As pessoas estão livres para tocar fogo e aí governo federal que apague, o governo estadual que apague, os proprietários que apaguem'.
A primeira coisa que a gente tem que deixar claro para a população, e os cientistas estão fazendo isso muito bem, é de não deixar as pessoas se iludirem com falsas expectativas de coisas que os humanos não conseguem fazer. As coisas que nós poderiamos fazer para evitar que o rio seque era para ter começado em 1992. As coisas que a gente deveria ter feito para evitar que a temperatura chegasse a 1,5 ºC no ano passado deveriam ter começado em 1992. Agora nós estamos vivendo sob os efeitos da mudança climática.
E, por mais que esteja sendo atribuído a quem lutou a vida toda para que isso não acontecesse, eu agradeço a Deus por estar neste lugar. Eu prefiro estar neste lugar, porque eu sei o que estamos fazendo. É uma equipe que sabe o que está fazendo.
Agora estamos fazendo aquilo que precisa ser feito que é uma política estruturante no sentido de que, mesmo tendo sido antecipado o período seco e dos incêndios no Pantanal, nós estávamos prontos para fazer o combate. Se não fosse a ação do governo federal, nós estaríamos em uma situação de completa falta de controle.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
A ministra cita como exemplo de consciência por parte da sociedade o manifesto de empresários que busca mobilizar setores contra as mudanças climáticas. A carta divulgada em agosto deste ano diz que o enfrentamento da mudança climática não pode ser apenas do governo.
Ela também diz que parte do setor do agronegócio está consciente e quer trabalhar em conjunto para dar resposta aos problemas climáticos.
É uma química terrível. Nós tivemos uma umidade mais baixa do que o deserto do Saara, que é uma média que varia entre 14% e 7% de umidade relativa do ar. Nós chegamos a 7%, com ventos de 70km/h, com uma temperatura de 38ºC. Isso aí é algo que não tem força humana que consiga fazer frente.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
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