Bombeiros resgatam corpo de filha de magnata britânico desaparecida após naufrágio de iate na Sicília

As equipes de busca anunciaram nesta sexta-feira (23) terem encontrado o corpo da filha do magnata britânico da tecnologia Mike Lynch, a última vítima desaparecida do naufrágio do iate na região da Sicília, na Itália. O acidente, que ocorreu nesta segunda-feira (19), deixou um total de sete mortos, incluindo o bilionário. O veleiro transportava 22 pessoas, entre passageiros e membros da tripulação.

Depois da descoberta do corpo do cozinheiro do navio na segunda-feira, três homens e três mulheres continuavam desaparecidos após o naufrágio do "Bayesian" no largo de Porticello, perto de Palermo. O corpo de Mike Lynch, 59, foi recuperado na quinta-feira.

O empresário, apelidado de "Bill Gates britânico", comemorava com seus amigos, colaboradores e advogados, sua absolvição, em junho, em um julgamento de fraude nos Estados Unidos. Ele poderia ter passado vários anos preso se tivesse sido condenado.

Sua filha, Hannah, 18 anos, tinha acabado de passar nas provas de fim de ano e garantiu uma vaga para estudar literatura inglesa na Universidade de Oxford, informou a mídia britânica. Segundo seus amigos, ela era uma "feminista convicta".

Entre as vítimas estão Jonathan Bloomer, presidente do conselho de administração do Morgan Stanley International - uma filial do banco americano - e da seguradora Hiscox, bem como sua esposa Judy, e Chris Morvillo, advogado que defendeu Mike Lynch em seu julgamento nos Estados Unidos, além de sua esposa, Neda.

Jonathan Bloomer e sua esposa Judy "eram pessoas incríveis e uma inspiração para muitos", afirma comunicado de sua família divulgado na quinta-feira (22). "Juntos há cinco décadas, nosso único conforto é que eles ainda estejam juntos hoje."  

Veleiro afundou em poucos minutos

O superveleiro de luxo de 56 metros afundou em poucos minutos na madrugada de segunda-feira, depois de um tornado repentino. Quinze pessoas foram resgatadas (seis passageiros e nove tripulantes).  

A velocidade que o iate afundou e o fato de os outros barcos ao seu redor não terem sido afetados geram questões sobre a navegação no momento do acidente. O chefe do Italian Sea Group, proprietário do estaleiro Perini Navi que construiu o Bayesian, apontou o dedo para o erro humano.   

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"Tudo o que aconteceu revela uma longa série de erros. Os passageiros não deveriam estar nas cabines, o navio não deveria estar ancorado" nessas condições climáticas, disse Giovanni Costantino em entrevista na quinta-feira ao Corriere della Sera.     

O Bayesian, de propriedade da família Lynch, tinha um mastro de 75 metros, o mastro de vela de alumínio mais alto do mundo, de acordo com o site da Charter World.   

Recuperação do iate custaria € 15 milhões

A operação para trazê-lo à superfície provavelmente custaria cerca de € 15 milhões e levaria "de seis a oito semanas", segundo o funcionário que liderou a operação para recuperar o navio de cruzeiro Costa Concordia, que afundou na costa da Itália em 2012.    

Para recuperar a embarcação, o mastro poderia ser desmontado no fundo do mar e o barco seria então levantado inteiro com a ajuda de um guindaste gigante e uma equipe de 40 mergulhadores especializados, explicou o sul-africano Nick Sloane ao jornal italiano La Repubblica.

(Com informações da AFP)

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