França evitou três atentados durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, segundo Procuradoria Nacional Antiterrorista

O chefe da Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT), Olivier Christen, elogiou nesta quarta-feira (11), em entrevista à rádio Franceinfo, o "desafio enfrentado" pela polícia e a Justiça para evitar atentados durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024. Segundo ele, houve três tentativas de ataques durante os eventos.

"Garantir a segurança é um desafio que foi enfrentado graças a um investimento pesado, de vários meses", disse Christen, mencionando a colaboração com outros países.  

A Polícia Federal (PF) do Brasil integrou o grupo de forças internacionais de segurança, composto por cerca de 1.700 agentes de 44 países, que deu suporte aos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A convite da França, 20 policiais federais brasileiros atuaram em três principais frentes: segurança pública, troca de informações e inteligência para prevenção ao terrorismo.

Christen citou o preparo do Ministério Público e da Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), o serviço secreto francês. "Graças a isso, nenhum ato terrorista foi cometido no território neste período", ressaltou.

O promotor lembrou que houve "três ataques frustrados" durante o período, "um deles contra um bar ao redor do estádio Geoffroy-Guichard na cidade de Saint-Etienne".

Segundo ele, "outro grupo planejava ataques contra instituições e representantes israelenses em Paris" e "duas pessoas da região de Gironda, no sudoeste, também planejavam realizar ataques durante as Olimpíadas".

De acordo com ele, a equipe israelense, cercada de um dispositivo excepcional de segurança, não estava na mira dos grupos terroristas.

"Todos aqueles que planejaram esses ataques foram presos, o que levou a cinco acusações", incluindo a de "um menor", disse Christen. Os suspeitos foram detidos. Segundo o Procurador, "936 visitas domiciliares" também foram realizadas em 2024, contra "153 em 2023".  

A sabotagem de trens e de fibras óticas no início dos Jogos, explicou, não pode ser qualificada de ato terrorista, segundo a definição adotada pela Justiça Francesa, de "atentado à integridade física".

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Propaganda do EI ainda funciona com jovens

A "ameaça jihadista representa 80% dos procedimentos" realizados pela Procuradoria, frisou, lembrando que "no primeiro semestre de 2024, houve cerca de três vezes mais procedimentos" deste tipo do que no mesmo período de 2023.

Esse aumento, diz, pode ser explicado pelo "contexto geopolítico", mas também pela "reconfiguração, particularmente no Afeganistão" do grupo Estado Islâmico (EI). 

"O grupo não desapareceu e difunde propaganda que tem impacto na população" e, em particular, nos menores, que são "muito sensíveis", explicou. Ele insistiu no "rejuvenescimento das pessoas implicadas em atos de terrorismo".

(Com AFP)

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