Perseguido pelo Japão, defensor de baleias preso na Groelândia pede a Macron asilo político na França
O ativista ambiental Paul Watson, detido na Groenlândia e alvo de um pedido de extradição do Japão por um caso que remonta a 14 anos, pediu "asilo político" à França em uma carta enviada a Emmanuel Macron. A informação foi divulgada pela Sea Shepherd France nesta quarta-feira (16).
O pedido foi feito em uma carta ao chefe de Estado francês "há alguns dias", disse em uma coletiva de imprensa em Paris Lamya Essemlali, presidente da Sea Shepherd France, que apoia o ativista ambiental de 73 anos.
Paul Watson "escreveu uma carta na prisão endereçada a Emmanuel Macron", "que eu transmiti ao presidente, na qual Paul pede asilo político na França", declarou Essemlali, na coletiva de imprensa em que os apoiadores e advogados do ativista atacaram frontalmente a acusação e o processo de extradição contra ele.
Preso em 21 de julho, o feroz oponente da caça às baleias está detido há quase três meses.
Preso quando ia interceptar baleeiro japonês
Fundador da Sea Shepherd e da fundação oceânica que leva seu nome, Paul Watson foi preso quando estava a caminho com seu navio, o John Paul DeJoria, para interceptar um novo navio-fábrica baleeiro japonês.
O Japão, que exige sua extradição, reiterou um pedido feito em 2012 por meio de um alerta vermelho da Interpol. O país o acusa de ser corresponsável por danos e ferimentos a bordo de um navio baleeiro japonês há dois anos, como parte de uma campanha liderada pela Sea Shepherd.
Na coletiva de imprensa, um dos membros da equipe de defesa de Paul Watson, o advogado francês François Zimeray, disse que as acusações contra Paul Watson eram "nada mais do que pretextos" porque ele havia "denunciado a natureza ilegal" da caça à baleia japonesa e "feito" os japoneses "perderem a boa reputação aos olhos do mundo".
O ativista "nunca terá um julgamento justo" se for extraditado, acusou o advogado, compartilhando sua convicção de que "se ele for preso no Japão, nunca sairá vivo".
(Com AFP)
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