Petistas discutem conter dano com Boulos e citam ligação com base de Nunes
Uma ala do PT já se conformou com uma possível derrota de Guilherme Boulos (PSOL) e fala em contenção de danos. Petistas ouvidos pela coluna dizem, que se o candidato do PSOL obtiver mais de 40% dos votos, já pode ser considerado um "bom desempenho".
Eles citam ainda a proximidade com a base aliada do prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), que conta com partidos com ministérios na Esplanada: MDB, PSD e União Brasil.
"Assim que o Nunes for eleito, já vai ter uma composição. Essa é sobretudo uma derrota de Jair Bolsonaro", diz um petista sob a condição de anonimato, referindo-se ao fato de o ex-presidente não ter se engajado na campanha de Nunes desde o início, apesar de ter indicado o vice.
Na mais recente pesquisa Datafolha, Nunes tem 55% das intenções de voto, e Boulos apenas 33%.
Os desempenhos recentes do PT foram muito piores nas eleições para a prefeitura de São Paulo. Na campanha de 2020, Jilmar Tatto teve apenas 8,6% dos votos e apoiou o próprio Boulos no segundo turno contra Bruno Covas (PSDB).
Em 2016, Fernando Haddad (PT), que tentava a reeleição, perdeu para João Doria (PSDB) no primeiro turno e alcançou apenas 16,6%.
Já petistas engajados na campanha de Boulos refutaram o clima de desânimo e de contenção de danos de algumas alas do partido.
Eles afirmam que essas avaliações são tentativas de sufocar o surgimento de novas lideranças.
"Se o Boulos é eleito prefeito de São Paulo, surge um novo quadro que pode um dia ser presidente da República pelo PSOL ou pelo próprio PT", diz uma fonte da campanha.
Assessores do candidato dizem que o apagão tornou-se um fato novo no pleito que está ajudando a virar votos e que a distância vai diminuir entre os dois candidatos.
No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em São Paulo para dois atos de campanha com Boulos na periferia da capital.
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