Tales: Ação contra Marçal deveria mirar o bolso dele

As ações na Justiça comum contra Pablo Marçal (PRTB), candidato derrotado na eleição à Prefeitura de São Paulo, deveriam se concentrar em penalizar "o bolso" dele, já que dificilmente o ex-coach escapará de uma punição eleitoral, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta terça (16).

A Justiça de São Paulo arquivou a ação movida por Carla Maria de Oliveira e Souza, que pedia a inelegibilidade de Marçal. Ela é filha do médico José Roberto de Souza, já morto, cujo nome foi utilizado em um laudo falso contra Guilherme Boulos (PSOL) divulgado pelo ex-coach.

O que é evidente é que Marçal, como toda essa geração nova de políticos, está fazendo dinheiro. A entrada na campanha lhe deu uma visibilidade maior, que já era enorme na internet. Agora, ele está vendendo mais cursos e arrumando mais dinheiro. Essa é a situação.

Talvez o bolso doa mais, e a ação deva ser no bolso do Marçal. Mesmo assim, ele tem muito dinheiro para pagar tantas ações quantas vierem. Mas, além disso, tem a questão da inelegibilidade, que é praticamente certa na Justiça Eleitoral. Poucos são os que acreditam que Marçal vai se ver livre de uma inelegibilidade. Se ela vai durar até 2026, que é quando ele pretende se candidatar à Presidência, não sei.

Ele já está se colocando como possível secretário em São Paulo [em Barueri, cidade da região metropolitana]. Ele ganhará dinheiro, ficará com uma secretaria para fazer uma campanha e continuar na mídia de alguma maneira. De qualquer forma, Marçal, quem diria, está acabando em secretarias municipais, não na Presidência, como ele sonhou. Tales Faria, colunista do UOL

Para Tales, a filha do médico não deve desistir da ação contra Marçal e deveria buscar ao menos uma indenização por danos morais.

Aparentemente, [o arquivamento] é absolutamente correto. Não faz sentido a Justiça comum decidir sobre inelegibilidade em torno disso. Cabe à Justiça Eleitoral. Não entendo por que a filha do médico entrou com uma ação pedindo inelegibilidade e não com uma por danos morais, pedindo dinheiro. Isso daí causou um dano à história do médico, que já faleceu, e à família, que tem que ser ressarcida por isso.

Pode ser que ela tenha feito isso para dar a entender que não está interessada em dinheiro, mas sim em resolver, culpar e condenar Marçal por ter cometido o crime. Não sei sobre o aspecto jurídico, mas acho que ainda há um caminho a percorrer. Ela vai entrar na Justiça comum e pode ser que isso acrescente à ação a questão de danos morais. Tales Faria, colunista do UOL

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