Assembleia de Deputados da França começa a debater projeto de lei que prevê economia de € 60 bilhões

A Assembleia de Deputados da França inicia nesta segunda-feira (21) os debates sobre o projeto de lei das finanças que definirá o orçamento do governo para 2025. O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, impôs como meta economizar € 60 bilhões. 

O assunto está na capa do jornal Le Figaro: "Barnier diante da febre fiscal dos deputados". O diário destaca que antes mesmo do início da análise do texto, os parlamentares já demonstram desacordo sobre a criação de novos impostos para financiar o orçamento e o clima de tensão é forte na Assembleia.

Liderando a frágil maioria macronista de centro e a direita, o premiê terá de enfrentar as hostilidades da oposição e a "tentação", segundo o diário, de passar esse capítulo do projeto de lei à força. O controverso 49.3, medida que permite que as leis sejam aprovadas sem votação, foi utilizada 23 vezes pela ex-primeira-ministra Élisabeth Borne, entre 2022 e 2023, tornando seu governo extremamente impopular.

"Previsão de tempestade fiscal na Assembleia de Deputados" é a manchete do jornal Les Echos. "O tempo passou, a situação política evoluiu, mas o mesmo dilema se anuncia para Michel Barnier", diz o diário econômico. 

Les Echos lembra que a partir desta noite, os deputados debaterão apenas a primeira parte do projeto de lei do orçamento, que diz respeito às receitas fiscais. Mas com uma Assembleia Nacional profundamente dividida, o deputado centrista David Amiel já prevê "um carnaval fiscal, com impostos sendo votados em todos os sentidos". 

O jornal Libération destaca que nesta fase inicial da análise do projeto de lei serão avaliados 41 artigos que antecipam um aumento de € 19,3 bilhões em impostos - um terço dos esforços previstos por Barnier. O premiê pretende baixar o déficit público de 6,1% do PIB, previsto para esse ano, a 5% em 2025. 

O jornal Le Parisien destaca que menos de um mês após a nomeação do novo gabinete, alguns ministros já ameaçam pedir demissão caso o orçamento de suas pastas baixem. Para o diário, a ocasião servirá também para observar o comportamento do Executivo francês, que vive do dinheiro público e de quem se espera uma tarefa essencial: "gastar menos ao invés de exigir mais".

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